O escândalo que ninguém quer ver
6 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaA investigação mobilizou um conjunto de jornalistas experientes. A redação de Brasília não era grande o bastante para a abrangência pretendida. Tínhamos que estar representados simultaneamente no Rio Grande do Sul, no Paraná, no Rio de Janeiro, em São Paulo, no interior e no litoral do estado, em Minas, Goiás e na Capital Federal.
Produtores, repórteres e editores, entre eles, este aqui, foram à campo. Objetivo: puxar cada ponta do novelo apelidado de Mensalão. A palavra mensalão tinha não apenas o poder de síntese, mas um apelo popular magnífico. Nossa tarefa era provar a existência da suposta ação sistemática do Governo para comprar votos no parlamento.
Naquele tempo corriam em paralelo várias CPIs. A sensação, para os que viam o país a partir dos noticiários, era a de que o Brasil tinha parado. Uma delas até foi apelidada de "Fim do Mundo". Que ilusão a nossa... O Brasil seguia seu curso, silenciosamente, distribuindo renda e minorando a dor dos excluídos, bem longe das capitais e do centro-sul. Basta levantar dados comércio no Natal de 2005.
Ao cruzar tantas informações sobre banco de sangue, ambulâncias, genéricos, loterias, seguros e resseguros, conselhos administrativos de estatais, verbas publicitárias, correios, sistema bancário "alternativo", caixas paralelos de campanha e embate político, chegamos à conclusão de que, apesar da corrupção disseminada, não era possível diferenciar réu, vítima e algoz.
Todos, repito, todos faziam parte da mesma lógica. Não havia um só partido político, à exceção dos nanicos, que não tivesse "as mãos sujas". Numa das sessões, por exemplo, o então deputado Roberto Jefferson, atacado pela senadora Heloísa Helena, respondeu: vossa excelência pode até não ter participado, ainda. Quando disputar uma campanha majoritária isso vai acontecer...
Ao descobrirmos (em 2005!) via Marcos Valério, que a lógica era a mesma desde a campanha de 1998, em Minas, levamos ao conhecimento de nossa chefia de que tratava-se de uma cultura política, um "modus operandi" disseminado pelo Brasil afora, indiscriminadamente...
Responderam-nos que não haveria censura. Era para investigarmos a todos, indistintamente. Se houvesse indícios fortes o bastante as reportagens iriam ao ar. Que ingenuidade a nossa... Produzíamos reportagens contextualizando e elas eram cortadas. Demonstrávamos a lógica, mas o que se referia aos partidos "amigos", tudo era arquivado.
Eventualmente, uma ou outra história era exibida num dos telejornais de menor alcance. Como havia um bombardeio de novas informações a cada dia, parte do material ficava à deriva na programação.
O escândalo do mensalão, agora em letra minúscula, foi o escândalo da partidarização explícita da imprensa. Nunca ficou tão claro para nós onde queriam chegar e do que eram capazes os inimigos ferozes de Lula, Zé Dirceu e Palocci.
O mal estar foi até as eleições de 2006, quando a imprensa em coro tentou eleger seu candidato sem escrúpulos. Inventaram pesquisas de opinião, tramaram dossiês, omitiram, quebraram sigilo dos adversários, intimidaram e perseguiram. Sobre tudo isso fui testemunha ocular e posso garantir: foi o maior escândalo midiático da história do país.
Ou vocês acham que, se tudo tivesse corrido na base da legalidade e do bom jornalismo teríamos nomes como Carlos Dorneles, Luiz Carlos Azenha, Luiz Malavolta, Rodrigo Vianna, Luiz Nassif, Paulo Henrique Amorim, Heródoto Barbeiro e tantos outros, hoje, do lado de lá do front?
Mas por que José Alencar na ilustração do post? Foi ele o primeiro a farejar o golpe e cerrar fileiras ao lado de Lula. José Alencar também era alvo de ataques em 2005, porque participou da compra do apoio do PL, nas eleições municipais de 2002.
Curiosamente, depois de morrer, foi bajulado pela imprensa, a mesma imprensa que tramou o golpe anunciado. Talvez por isso a família dele sempre preferiu distância dos políticos, dos bajuladores e principalmente dos abutres da imprensa.
No DoLaDoDeLáTIM derruba sinal de propósito, diz Anatel. Essa é a consequência da Privataria da Tucanalha
6 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaLigações de clientes que têm plano cobrado por chamada (e não por tempo) caem 4 vezes mais que as outras, diz agência
Relatório foi feito a pedido do Ministério Público, entre março e maio; operadora diz que problemas são pontuais
Relatório da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) acusa a TIM de interromper de propósito chamadas feitas no plano Infinity, no qual o usuário é cobrado por ligação, e não por tempo.
A agência monitorou todas as ligações no período, em todo o Brasil, e comparou as quedas das ligações de usuários Infinity e "não Infinity".
A conclusão foi que a TIM "continua 'derrubando' de forma proposital as chamadas de usuários do plano Infinity". O documento apontou índice de queda de ligações quatro vezes superior ao dos demais usuários no plano Infinity -que entrou em vigor em março de 2009 e atraiu milhares de clientes.
O relatório, feito entre março e maio, foi entregue ao Ministério Público do Paraná.
"Sob os pontos de vista técnico e lógico, não existe explicação para a assimetria da taxa de crescimento de desligamentos [quedas de ligações] entre duas modalidades de planos", diz o relatório.
O documento ainda faz um cálculo de quanto os usuários gastaram com as quedas de ligações em um dia: no dia 8 de março deste ano, afirma o relatório, a operadora "derrubou" 8,1 milhões de ligações, o que gerou faturamento extra de R$ 4,3 milhões.
Durante as investigações, a TIM relatou ao Ministério Público que a instabilidade de sinal era "pontual" e "momentânea" (leia texto nesta página).
A operadora citou dados fornecidos à Anatel para mostrar que houve redução, e não aumento, das quedas de chamadas -as informações, no entanto, foram contestadas no relatório da agência.
A Anatel afirma que a TIM adulterou a base de cálculos e excluiu do universo de ligações milhares de usuários com problemas, para informar à agência reguladora que seus indicadores estavam dentro do exigido.
A agência afirma, por exemplo, que a operadora considerou completadas ligações que não conseguiram linha e cujos usuários, depois, receberam mensagem de texto informando que o celular discado já estava disponível.
Nova Proibição
Com base nos dados, o Ministério Público do Paraná pede a proibição de vendas de novos chips pela TIM no Estado, o ressarcimento de consumidores do plano Infinity no Paraná por gastos indevidos e o pagamento, pela empresa, de indenização por dano moral coletivo.
A TIM já havia sido suspensa no Estado no final de julho, quando a Anatel proibiu as vendas de novos planos das operadoras com maior índice de reclamação em cada Estado. Além do Paraná, onde o índice era de 26,1 reclamações a cada 100 mil clientes, a operadora obteve o pior resultado em 18 unidades federativas.
No Aposentado InvocadoA euforia "global"
6 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaPrezada (o)s companheira(o)s,
os que me conhecem (e aturam) como internauta há mais de quatro anos talvez se recordem da minha irritação com os três enviados da TV Globo a Pequim: a carreirista ex-correspondente na capital chinesa (Sonia Bridi), o bobalhão Marcos Uchôa (filho do ilustre Pedro Celso Uchôa Cavalcanti) e, sem comentários, Pedro Bial. Por causa deles, eu só assistia 'aqueles XXIX Jogos Olímpicos através da Band, que contava com jornalistas mais modestos e despretenciosos (por quê? Salários menos elevados?).
Os patrões do trio deram-lhe instruções para falar mal da China, de qualquer aspecto chinês que não atingisse os níveis de gosto ou de conforto ocidentais. Brasileiro, sobretudo branco, se julga ocidental e despreza sua inata sul-americanidade mestiça. Os telespectadores da nossa maior emissora, induzidos a amar suas imagens e modos de ser e ver o Brasil e o mundo em geral, ficaram, então, com péssima impressão do País do Meio ("Tchungkuó").
Agora, em Londres, a coisa não dá, os XXX Jogos acontecem na respeitável Sede do Império de Sol a Sol - hoje em mãos dos filhos diletos d'além-mar, os EUA, o Canadá, a Nova Zelândia à frente -, de modo que apontar seus defeitos aos nossos teleouvintes seria uma verdadeira traição. Apesar de a Globo ter sido alijada (em termos) dos certames londrinos (ela tem canais esportivos por assinatura e é associada a Rupert Murdoch), é impressionante como seus repórteres se animam, quando esportistas estadunidenses estão em jogos ou disputas.
Tratam a(o)s atletas da Hiperpotência pelos nomes, como se fossem conhecida(o)s do público brasileiro e pronunciam geônimos de lá com ridículas imitações dos falares gringos. Ontem, ouvi designarem um cara de Nova Jersey ("jérssei", como dizemos), como de New Jersey ("niu djérzei). Atletas e jogadora(e)s de outros países, se não forem brasileiros, são, "a chinesa", "o francês", "a russa", "o japonês" e assim por diante. Tentem, por favor, aquilatar essa enorme alienação, que talha as mentes de um povo superianqueizado, embora não fale inglês nem participa do progresso anglo-saxão.
Abraços do
Arnaldo Carrilho
Via email