Por que os homossexuais eram perseguidos?
1 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaGravura de 1741 satiriza padres sodomitas num banquete dentro de uma igreja. |
Depois dos cristãos-novos judaizantes, os homossexuais foram os mais perseguidos pela Inquisição portuguesa: trinta homens “sodomitas” foram queimados na fogueira. Proporcionalmente, os gays constituíram o grupo social tratado com maior intolerância por esse MonstrumTerribilem. Foram mais torturados e degredados que os demais condenados e, não bastasse, receberam as penas mais rigorosas. Metade foi condenada a remar para sempre nas galés del Rei.
Mas somente os praticantes do que a Inquisição classificava como “sodomia perfeita” ardiam nas fogueiras. Esta perfeição consistia “na penetração do membro viril desonesto no vaso traseiro com derramamento de semente de homem”. Os demais atos homoeróticos eram considerados pecados graves ou “molice”.
A sodomia, entretanto, não foi estigmatizada e perseguida em todos os tribunais do Santo Ofício da Espanha, nem mesmo pela Inquisição portuguesa em seus primeiros anos de instalação. Isto demonstra que inexplicáveis fatores históricos, políticos e culturais estariam por trás do maior ou menor radicalismo da homofobia católica.
Variações e contradições da condenação moral dos desvios sexuais refletem a condição pantanosa, imprecisa e ilógica do catolicismo em relação ao amor entre pessoas do mesmo sexo. As razões cruciais que levaram a Inquisição a perseguir os homossexuais masculinos teriam sido duas. Ao condenar à fogueira apenas os praticantes da cópula anal, os Inquisidores reforçavam a mesma maldição bíblica que condenava ao apedrejamento “o homem que dormir com outro homem como se fosse mulher”. Ou seja, o crime é derramar o sêmen no vaso “antinatural”, uma vez que judaísmo, cristianismo e islamismo se definem como essencialmente pronatalistas, quando o ato sexual se destina exclusivamente à reprodução. Daí a perseguição àqueles que ousassem ejacular fora do vaso natural da fecundação, uma insubordinação antinatalista inaceitável para povos dominados pelo dogma demográfico do “crescei e multiplicai-vos como as estrelas do céu e as areias do mar”.
A segunda razão tem a ver com o estilo de vida andrógino e irreverente, quiçá revolucionário, dos próprios sodomitas, chamados de “filhos da dissidência”. Eis o trecho de um discurso homofóbico lido num sermão de um Auto de Fé de Lisboa em 1645: “O crime de sodomia é gravíssimo e tão contagioso, que em breve tempo infecciona não só as casas, lugares, vilas e cidades, mas ainda Reinos inteiros! Sodoma quer dizer traição. Gomorra, rebelião. É tão contagiosa e perigosa a peste da sodomia, que haver nela compaixão é delito. Merece fogo e todo rigor, sem compaixão nem misericórdia!”
Luiz Mott, professor da Universidade Federal da Bahia e autor de Sexo proibido: virgens, gays e escravos nas garras da Inquisição (Papirus, 1988).
Bibliografia
TREVISAN, João Silvério. Devassos no Paraíso. São Paulo: Editora Record, 2000.
VAINFAS, Ronaldo. O Trópico dos pecados. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.
No História Viva
Mas somente os praticantes do que a Inquisição classificava como “sodomia perfeita” ardiam nas fogueiras. Esta perfeição consistia “na penetração do membro viril desonesto no vaso traseiro com derramamento de semente de homem”. Os demais atos homoeróticos eram considerados pecados graves ou “molice”.
A sodomia, entretanto, não foi estigmatizada e perseguida em todos os tribunais do Santo Ofício da Espanha, nem mesmo pela Inquisição portuguesa em seus primeiros anos de instalação. Isto demonstra que inexplicáveis fatores históricos, políticos e culturais estariam por trás do maior ou menor radicalismo da homofobia católica.
Variações e contradições da condenação moral dos desvios sexuais refletem a condição pantanosa, imprecisa e ilógica do catolicismo em relação ao amor entre pessoas do mesmo sexo. As razões cruciais que levaram a Inquisição a perseguir os homossexuais masculinos teriam sido duas. Ao condenar à fogueira apenas os praticantes da cópula anal, os Inquisidores reforçavam a mesma maldição bíblica que condenava ao apedrejamento “o homem que dormir com outro homem como se fosse mulher”. Ou seja, o crime é derramar o sêmen no vaso “antinatural”, uma vez que judaísmo, cristianismo e islamismo se definem como essencialmente pronatalistas, quando o ato sexual se destina exclusivamente à reprodução. Daí a perseguição àqueles que ousassem ejacular fora do vaso natural da fecundação, uma insubordinação antinatalista inaceitável para povos dominados pelo dogma demográfico do “crescei e multiplicai-vos como as estrelas do céu e as areias do mar”.
A segunda razão tem a ver com o estilo de vida andrógino e irreverente, quiçá revolucionário, dos próprios sodomitas, chamados de “filhos da dissidência”. Eis o trecho de um discurso homofóbico lido num sermão de um Auto de Fé de Lisboa em 1645: “O crime de sodomia é gravíssimo e tão contagioso, que em breve tempo infecciona não só as casas, lugares, vilas e cidades, mas ainda Reinos inteiros! Sodoma quer dizer traição. Gomorra, rebelião. É tão contagiosa e perigosa a peste da sodomia, que haver nela compaixão é delito. Merece fogo e todo rigor, sem compaixão nem misericórdia!”
Luiz Mott, professor da Universidade Federal da Bahia e autor de Sexo proibido: virgens, gays e escravos nas garras da Inquisição (Papirus, 1988).
Bibliografia
TREVISAN, João Silvério. Devassos no Paraíso. São Paulo: Editora Record, 2000.
VAINFAS, Ronaldo. O Trópico dos pecados. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.
No História Viva
Rabino diz que "a casa é o habitat natural da mulher"
1 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaUm dos principais rabinos do nacionalismo religioso em Isarel, Zvi Tau, defende que a mulher deve restringir-se ao seu "habitat natural", a casa, porque não foi criada por Deus para dedicar-se "às profundezas da ciência e da moralidade".
Rabino nega discriminação da mulher Foto pedro correia/arquivo jn |
"A casa é o habitat natural da mulher para a expressão das suas qualidades especiais (...) e não espaço de atividade social. Em casa, sem confusão (...) é onde uma mulher pode viver a sua vida plenamente", defende o rabino Zvi Tau num texto escrito há dois meses, para uso interno, revelado agora pelo diário "Haaretz", segundo noticia o espanhol "El Mundo".
O rabino, líder espiritual dos nacionalistas religiosos mais próximos da ultra-ortodoxia e presidente do centro de estudos religiosos judeus 'Har Hamor', acredita que demasiada educação para as mulheres "prejudica a qualidade de vida da nação. "
Zvi Tau argumenta que as mulheres não são discriminadas em relação aos homens, mas simplesmente Deus lhes reservou qualidades e espaços diferentes na vida.
O homem é mais racional, enquanto a mulher mais emocional, pelo que "elas" devem esquecer "as profundezas da ciência e da moralidade" e dedicarem-se a dar à luz e criar os filhos. "É a sua vocação natural", sublinha.
Neste texto, o rabino considera ainda que as crianças de mães que dedicam tempo a uma carreira profissional são mais "fracas".
Zvi Tau foi um dos rabinos que apoiou publicamente o presidente de Israel Moshe Katsav quando foi condenado por violação a sete anos de prisão, pena que cumpre desde dezembro passado.
Mídia esconde a “Lista de Furnas”
1 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaA mídia “privada” é bastante seletiva na escandalização da política. Nos últimos dias, ela só pensa naquilo - no “julgamento do século” do chamado “mensalão do PT”, que se inicia nesta quinta-feira (2) no Supremo Tribunal Federal. As revistonas deram capas terroristas; as manchetes dos jornais parecem combinadas; e os “calunistas” da tevê não falam em outra coisa. De tão concentrada, porém, a mídia deixou de noticiar que Ministério Público Federal decidiu fazer a denúncia formal sobre a famosa Lista de Furnas.
O premiado jornalista Amaury Ribeiro Jr., autor do livro “A privataria tucana” – o best-seller que também foi omitido pela mídia tucana –, registrou ontem no jornal Hoje em Dia a decisão do MPF. Segundo revelou, a autenticidade de “lista” já teria sido provada. Ela revela que a estatal Furnas superfaturou contratos para repassar dinheiro a cerca de 150 políticos durante a campanha eleitoral de 2002. Os principais beneficiários seriam candidatos do PSDB e do DEM, entre eles o mineiro Aécio Neves e o paulista Geraldo Alckmin.
Cinismo dos tucanos e da mídia
A famosa “lista de Furnas”, que os demotucanos juravam não existir e que a mídia "privada" sempre evitou investigar, teria sido feita pelo próprio ex-presidente e ex-diretor de planejamento da empresa, Dimas Toledo. Para a procuradora Andrea Bayão Ferreira, do Rio de Janeiro, agora não há mais dúvida sobre a sua autenticidade. De posse dos documentos, Amaury Ribeiro inclusive já pensa em escrever a segunda parte do livro “A privataria tucana”. Para ele, a lista comprova a existência de um “mensalão” de Furnas.
A decisão do MPF também animou o deputado Rogério Correia (PT-MG). Com base num laudo pericial da Polícia Federal, ele foi um dos primeiros a denunciar o rombo na estatal para financiar a eleição de Aécio Neves ao governo de Minas, em 2002. “Quando fiz a denúncia, tentaram até mesmo cassar o meu mandato. Mas a verdade, finalmente, começa a prevalecer”. Para ele, a lista comprova a hipocrisia dos tucanos. “Eles só querem investigar os esquemas dos outros, porque esse de Furnas eles tentam abafar até agora”.
Patrus quer criar centro de referência da juventude em Belo Horizonte
1 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaJovens e entidades estudantis entregaram manifesto de apoio à candidatura petista
O candidato do PT à Prefeitura de Belo Horizonte, Patrus Ananias, defendeu nesta quarta-feira (1º), em campanha na Praça Sete, a instalação de um centro de referência da juventude na capital mineira.
O equipamento seria integrado aos centros culturais, como forma de ampliar a oferta e o acesso às atividades que transformem espaços públicos em locais de convergência.
Patrus recebeu o apoio de jovens e entidades estudantis que lhe entregaram o documento “Arrancada da Juventude”, com uma série de motivos para apoiá-lo. Entre os presentes, havia representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE), da União da Juventude Socialista (UJS), da União Colegial de Minas Gerais (UCMG), do Grêmio Estudantil do Estadual Central, da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES) e da União Estadual dos Estudantes (UEE).
Depois de lembrar que durante sua gestão à frente da PBH se iniciaram grandes eventos culturais na cidade como o Festival Internacional de Teatro (FIT) e o Festival de Arte Negra (FAN), Patrus assinalou que pretende implementar ações voltadas para a juventude em dimensões que tratem “da vida e da dignidade” das pessoas.
“Nada do que ocorra em Belo Horizonte será desconsiderado se voltarmos a governar a cidade. Nunca diremos que algo não será responsabilidade da prefeitura. Como exemplo, temos de pensar no problema da violência, que atinge tantos jovens”, prometeu.
Em manifesto distribuído durante o ato, a questão da insegurança foi relacionada à desigualdade econômica. “Somos o setor mais impactado pelos problemas sociais que nossa cidade enfrenta. Na educação, o impacto é direto e, na questão da violência, a juventude também é a que mais sofre, inclusive com os efeitos causados pela desigualdade econômica”, ressaltou o texto.
Os estudantes aproveitaram para levantar velhas bandeiras. “O passe livre para os estudantes é uma de nossas reivindicações”, disse Bruno Júlio, diretor da UNE. “Queremos o direito à cidade, o acesso aos espaços, com a geração de renda e empregos de qualidade”, defendeu Péricles Francisco, presidente da União da Juventude Socialista. O ato de campanha reuniu cerca de 300 pessoas e militantes do PT, do PMDB e do PCdoB.
“Estou preocupado com BH. Lembro-me de uma frase bonita de Guimarães Rosa: quando saio para dar batalha convido o meu coração. Estou com BH em meu coração”, disse Patrus, afirmando que a cidade avançou muito ao longo do tempo, mas vive agora novos desafios.
“Há questões que precisam ser enfrentadas, a violência, as drogas, a questão da mobilidade urbana”.
No Estado de Minas
INSS julga na semana que vem primeira ação contra agressor de mulher
1 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaA partir de agora, autores de violência doméstica terão de indenizar a Previdência em caso de morte ou afastamento da vítima
São Paulo – A parceria entre a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), o Ministério da Previdência Social e os institutos Nacional do Seguro Social (INSS) e Maria da Penha foi formalizada no final da tarde de ontem (31), em Brasília. A partir de agora, qualquer agressor que pratique violência contra uma mulher, terá de indenizar o INSS em caso de morte ou afastamento da vítima.
Segundo nota da Previdência Social, na próxima terça-feira (7), o INSS deverá julgar a primeira ação relacionada à violência doméstica e familiar praticada contra a mulher. A data é simbólica, pois se refere ao aniversário da Lei Maria da Penha, nº 11.340/2006.
De acordo com a SPM, a ministra Eleonora Menicucci avalia que a iniciativa tem caráter pedagógico.
O ministro Garibaldi Alves Filho, da Previdência Social, afirmou que o órgão pretende fazer novas parcerias com os órgãos que tratam da questão. “Temos que fazer com que a violência contra as mulheres se torne cada vez mais residual, minoritária e a expressão de um absurdo”, disse.