Essa é a Bahia vendida ao turista brasileiro e gringo, mas não é a BAHIA CULTURAL que é composta de 417 municípios e cada um com suas singularidades, e cada região com suas manifestações culturais diversas. O que é vivido e festejado em Salvador, nem sempre é o que o Sertão do estado consome, lá onde o forró arrebanha multidões para suas festas populares e ajuda a movimentar a economia da região com artistas que a “BAHIA” não conhece porque não é mostrado pela secretaria de cultura do Estado.
Há uma necessidade urgente de que a Cultura na Bahia seja democratizada e deixe de propagar unicamente o que é feito em Salvador e no recôncavo. Para estas duas regiões mensalmente são lançados editais diversos para produtores e fazedores das artes. Mas e a Bahia, como fica?
No ano de 2007, quando o governador ainda era Jaques Wagner e o secretário de cultura o Márcio Meireles, aconteceu na cidade de Feira de Santana a II Conferência Estadual de Cultura na Universidade estadual do estado. Naqueles dias apresentamos a proposta de que a administração da cultura precisaria deixar a cidade Salvador e, também, estar presente no interior.
Foi apresentada a proposta da criação de Departamentos Culturais em todas as Sedes regionais, já que a Bahia é um continente em extensão territorial. Foi aprovada por unanimidade pelos presentes no encontro. A época, Meireles disse que a proposta seria levada ao governador e que iria defender, já que achava o melhor caminho para a diversidade da cultura baiana. Mas até hoje não saiu do papel.
Podem chamar de Polos Culturais, Diretorias Culturais, Superintendências Culturais ou o que desejarem, mas o governo da Bahia precisa levar a estrutura governamental para todas as regiões e ver o seu povo como um todo e não unicamente o que é feito em Salvador e no recôncavo.
Com estrutura governamental para a cultura em todas as regiões, manifestações regionais que se destacam terão oportunidades de serem mostradas e seus trabalhos a mais pessoas através de intercâmbios dentro do estado, com editais regionais, com técnicos que conhecem cada singularidade. Não se propõe o desmonte da estrutura na capital, mas a valorização da cultura nas regiões.
Pode alguém dizer que será mais gasto para o governo. Eu digo que é investimento no povo do lugar. E vamos comer acarajé ou buchada, ouvir a batida do Olodum ou o Forró de Zezinho da Ema, mas precisamos que a cultura na Bahia seja um todo e não só um taco do que ela é.