Ao decidir criar peixes, ele teve uma ideia de "gênio". Percebendo que aquele terreno derramava água dia e noite, entendeu que era o melhor local para sua criação. Para que seu empreendimento desse certo, ele buscou recursos para implantá-lo. Saiu atrás de "dinheiro do governo" e, mesmo com a descrença dos outros donos de lotes, foi bater na porta do gabinete do governador de Sergipe. Lá, deu de cara com um monte de policiais, que o encaminharam ao gabinete de João Alves após acreditar em sua mentira de convite.
O governador instruiu Buchada a procurar seu irmão, que trabalhava na Emdagro – Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe. Assim, ele obteve a liberação da terra. Buchada voltou à sua cidade, encontrou um lote com um riacho onde as águas da chuva passavam e achou que economizaria tempo e trator para escavar uma barragem. Mesmo assim, foram 40 horas de serviço para preparar o local e encher a área do empreendimento com a ajuda de carros-pipa.
Buchada estava feliz e tinha certeza de que a criação dos peixes daria certo. Até os vizinhos, antes descrentes, ficaram felizes ao ver os primeiros alevinos sendo colocados. Ele alimentava os "bichinhos" enquanto cresciam. No entanto, na segunda quinzena de março daquele ano, as trovoadas chegaram ao sertão. As chuvas foram tão intensas que mais pareciam um dilúvio.
Buchada correu para o local do empreendimento e viu as águas descendo, arrastando os barrancos e levando tudo para dentro do barreiro construído. Ele descreve: "Quando cheguei, vi tudo sendo levado pelas águas, até a casa. Só vi um vulto dela, com pedaços da parede." Agradeceu por estar vivo e poder contar, gargalhando, tudo o que aconteceu naquele dia de trovoada de verão. Os peixes, já bonitos e grandes, desceram pelo riacho, e Buchada observou o povo pegando-os pelo caminho e levando para casa.
Foto do nosso personagem, Buchada.
Foto: Dimas Roque.