Já se vai a terceira copa do mundo em que o espectro Neymar ronda o escrete canarinho. Sim, três copas, porque a de 2010 ele não foi convocado por Dunga, que resolveu peitar a Globo e não levou o garoto prodígio, em nome de preservar um grupo que o treinador considerava fechado. Foi seu pecado mortal, porque o jornalismo esportivo capitaneado pela Globo não perdoou a afronta, a tal ponto que os últimos dias até a eliminação contra a Holanda, não sossegaram. O bate-boca com Alex Escobar foi o ápice. Uma equipe visivelmente nervosa capitulou frente aos laranjas de Roben e Sneijder.
Quatro anos depois, em 2014, aliaram-se ao prenúncio do golpe de 2016 a louvação ao craque incontestável que nos levaria à glória, e assim foi à campo uma equipe que precisava demonstrar que a copa no Brasil não tinha sido um erro e ainda consagrar o nosso craque, em futebol e marketing. Uma entrada "criminosa" do colombiano Zuñiga em Neymar tira-o da copa. O que vimos a seguir foram jogadores acostumados a duras batalhas nos maiores torneios de futebol irem ao gramado com lágrimas nos olhos. Resultado: foram páreo fácil para os alemães e levaram o vexatório 7x1.
Chega 2018 mais uma vez o nosso mundo gira à moda grega em torno do Rei Sol, agora rebatizado de Neymar Jr. Seu teatro do absurdo não caiu bem, literalmente, e pela primeira vez, não foram apenas os estrangeiros que desconfiaram da sua genialidade, não mais no futebol, mas na autopromoção. Agora, até os brasileiros disseram: já deu, parça!
A pergunta que se faz agora é: no deserto do Catar, em 2022, ele estará lá? Ou diante de uma aposentadoria anunciada, poderemos dizer: vai se embora Galvão, e leve o Neymarketing junto!
Por Everaldo de Jesus.