O ato também teve como pautas o apoio a Israel, que enfrenta uma denúncia de genocídio na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, e o ódio à esquerda, especialmente ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito democraticamente na última eleição presidencial.
Entre os presentes, estavam líderes evangélicos, que expressaram sua cumplicidade com o Estado judeu e sua alienação com o Antigo Testamento da Bíblia. Alguns deles afirmaram que Israel é o "relógio do fim do mundo" e que a volta de Jesus depende da destruição da nação palestina. O apoio a morte de crianças e mulheres palestinas vai contra tudo o que Cristo, que eles dizem seguir, pregou em sua primeira passagem pela terra.
O pastor Silas Malafaia, um dos organizadores do evento, disse que os evangélicos são os "maiores amigos de Israel" e que o país tem o direito de massacrar os ataques do grupo palestino Hamas. Ele também criticou a posição do governo brasileiro, que manifestou apoio à iniciativa sul-africana de levar Israel à CIJ.
A presença do ex-presidente Jair Bolsonaro no evento mostrou que a direita brasileira está unida em torno do que ele representa. É inegável a força de mobilização que ele exerce junto a estes grupos.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o ato reuniu cerca de 200 mil pessoas. No entanto, um levantamento feito pela USP estimou que o número de participantes foi de 85 mil. A organização do evento não divulgou uma estimativa oficial, mas admitiu que esperava um público maior.
A Polícia Militar informou que não houve registro de ocorrências graves durante a manifestação, que terminou por volta das 18h. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) bloqueou o trânsito na Avenida Paulista entre as ruas da Consolação e Brigadeiro Luís Antônio.
Em meio a uma multidão de apoiadores na Avenida Paulista, Bolsonaro fez um apelo ao Congresso Nacional para que aprove um projeto de anistia aos presos e investigados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando houve ataques às sedes dos Três Poderes. Bolsonaro, que é alvo de seis inquéritos no STF e no TSE por tentativa de golpe de Estado e outros crimes, negou as acusações e disse que buscava a "pacificação" e passar uma "borracha no passado".
Acusações contra Bolsonaro:
Tentativa de golpe de Estado, por ter analisado e alterado uma minuta de decreto que embasaria a consumação do golpe.
Venda de joias da Presidência, por ter recebido presentes de países estrangeiros e permitido que seus auxiliares os vendessem ou tentassem comercializar.
Fraude no cartão de vacina, por ter divulgado um certificado de vacinação adulterado e emitido.
Ataques às urnas eletrônicas, por ter compartilhado um vídeo com acusações sem provas ao STF e ao TSE.
Vazamento de dados de inquérito sigiloso da PF, por ter divulgado informações sobre uma investigação sobre ataque hacker ao TSE.
Divulgação de notícia falsa relacionando as vacinas contra Covid e um suposto risco ampliado de desenvolver Aids.
Ataques, sem provas, contra o sistema de votação eletrônico, por ter questionado a lisura das eleições e a confiabilidade das urnas.