A obra mais notável de Castro Alves que faz referência a Paulo Afonso é o poema “A Cachoeira de Paulo Afonso”, que foi publicado em 1876. Este poema é uma homenagem à queda d’água de Paulo Afonso, no rio São Francisco. No entanto, o poema foi escrito durante a estadia de Castro Alves em fazendas de parentes na Bahia, enquanto ele tentava se recuperar da tuberculose.
“A Cachoeira de Paulo Afonso” é um poema de Castro Alves que homenageia a queda d’água de Paulo Afonso, no rio São Francisco.
Aqui estão alguns trechos do poema:
Era a hora em que a tarde se debruça
Lá da crista das serras mais remotas...
E d’araponga o canto, que soluça,
Acorda os ecos nas sombrias grotas;
Quando sobre a lagoa, que s’embuça,
Passa o bando selvagem das gaivotas...
E a onça sobre as lapas salta urrando,
Da cordilheira os visos abalando.
Era a hora em que os cardos rumorejam
Como um abrir de bocas inspiradas,
E os angicos as comas espanejam
Pelos dedos das auras perfumadas...
A hora em que as gardênias, que se beijam,
São tímidas, medrosas desposadas;
E a pedra... a flor... as selvas... os condores.
Gaguejam... falam... cantam seus amores!
Hora meiga da Tarde! Como és bela
Quando surges do azul da zona ardente! ...
Tu és do céu a pálida donzela,
Que se banha nas termas do oriente...
Quando é gota do banho cada estrela,
Que te rola da espádua refulgente...
E, — prendendo-te a trança a meia lua,
Te enrolas em neblinas seminua!...
Criador: João Musa tratada por Jorge Bastos
Direitos autorais: João Musa.