Ir para o conteúdo

Dimas Roque

Voltar a Blog
Tela cheia

Chorei. (Por Ana Cañas)

9 de Abril de 2018, 7:28 , por DIMAS ROQUE - | No one following this article yet.
Visualizado 83 vezes


Chorei ao saber que, ontem, ele perguntou por mim.


Chorei.


Na verdade, eu é que me pergunto como um ser humano que tem a cabeça deitada sob o machado fascista, imoral e ilegal do acordão nacional, pode se lembrar e perguntar pelas pessoas que estiveram, estão e estarão, sempre, ao seu lado.


Como ele pode, nesse momento, ainda se lembrar delas?


Manifestar esse enorme carinho e ainda consolar a todxs que estão à sua volta.

Daí eu paro, penso e me lembro:


- ‘Mas é o Lula’.


Sim, esse é o Lula, Ana.


O cara que é amado por cada brasileiro que já passou fome, que batalhou para entrar numa universidade ou por aquele que luta para ter os seus direitos garantidos e expandidos neste país.


Obrigada Luís Inácio, por nos mostrar como é que se faz.


Por nos ensinar como se ama.


Quis o destino que eu estivesse em Curitiba ontem, hoje e amanhã para fazer shows - e não ao seu lado nesse momento, cantando, especialmente agora, para Dona Marisa.

Mas estou em espírito, coração, alma e vida.


Estou lá.


Estou aí.


Cantando qualquer canção que o senhor me pedisse.


Talvez a favorita dela.


Talvez a canção de vocês.


Fico devendo essa.


E sigo aqui, na república de Curitiba, sentinela e atenta, urubuservando - como dizia Science, a geral.


Ontem, durante o show, um senhor se manifestou, bradando:


- ‘Lula preso! Lula na cadeia!’.


Eu parei a apresentação e lhe disse, gentilmente:


- ‘amigo, recomendo à você, com todo meu carinho, dignidade, respeito e amor, que procure se informar a respeito do que está verdadeiramente acontecendo no seu país, neste momento.’


Ele se levantou, arrancou a mulher da cadeira (que, contrariada, manifestava seu desejo de permanecer no teatro) e o filho do casal, visivelmente envergonhado.


Se retiraram.


Pensei: é assim com o fascismo.


Não há diálogo, porque não há argumento.


Não há respeito, pois não há empatia.


Não existe compaixão, pois não tem amor.


Mas seguimos fortes e juntos, na certeza de que, a cada dia que passa, a luta vale muito, MUITO a pena.


Por ele, por nós e por todxs que amam a democracia, a liberdade, a igualdade e a transcendente beleza de olhar para o lado e enxergar, no outro, a si.


Um beijo infinito


Presidente.


Ana Cañas – Cantora.

Fonte: http://www.dimasroque.com.br/2018/04/chorei-por-ana-canas.html

Dimas Roque

0 amigos

Nenhum(a)