Os domingos à tarde, a frente do Cinema Coliseu, que ficava na Praça da Libanesa, enchia e filas eram feitas para comprar os ingressos e também para entrar nas sessões que eram disputadas pelos cinéfilos, algo que nem sabíamos que éramos.
Tiros e mortes, os gritos de Bruce Lee e as imagens, muitas delas, ainda estão gravadas em minha memória e, vez em quando, me acordam para que eu possa registrar algumas delas para vocês.
Ao final da sessão de cinema, que era esperada com ansiedade e fome, íamos do cinema às pressas em direção às banquinhas que ficavam colocadas na rua em frente ao Coliseu. Bastava descer a escadaria com uns cinco degraus, andar uns cinco metros de calçada e já estávamos em frente às bancas que vendiam kisuco de morango, o mais preferido por todos, e de uva em garrafas de refrigerantes que eram usadas.
Tinham pastéis e cachorro-quente em rodelas. As vendedoras cortavam o pão-aguado em rodelas, colocavam uma mistura de carne que era um manjar para todos e todas que se alimentavam com eles. Mas o que era a preferência de quem tinha pouco dinheiro eram as "beras secas", os pastéis sem nada de acompanhamento dentro deles. Essas massas são assadas e ficam crocantes, elas emitem um som característico ao serem mordidas. O barulho se assemelha a um estalinho.
Até hoje, as feiras livres aqui da região vendem esses pasteis, agora com caldo de cana acompanhado. Mas nada se compara às que comíamos naquelas tardes de domingo após as sessões de cinema em Paulo Afonso. Se você quiser comer hoje uma bera seca aqui na cidade, a Feirinha aos domingos é o lugar ideal para isso.
*Imagem ilustrativa.