Para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a movimentação de Ciro é vista como um reposicionamento que pode até facilitar a vida do PT no plano nacional. Ao se concentrar em uma disputa regional, Ciro deixa de ser um ator de peso no debate presidencial, abrindo espaço para que Lula e o Partido dos Trabalhadores consolidem sua narrativa sem a sombra das críticas ácidas que o ex-pedetista costumava disparar contra a esquerda.
O PSDB, por sua vez, tenta se reinventar após anos de desgaste e perda de protagonismo. A aposta em Ciro é arriscada: pode revitalizar a legenda no Nordeste, mas também expõe contradições históricas. Afinal, o político que tantas vezes acusou os tucanos de elitismo agora retorna ao ninho, em busca de sobrevida eleitoral. A ironia não passou despercebida por analistas, que apontam a mudança como sinal de fragilidade e não de força.
Enquanto isso, Lula segue fortalecendo sua base com programas sociais como o Pé-de-meia e iniciativas de inclusão que dialogam diretamente com a juventude e as camadas populares. O contraste é evidente: de um lado, um governo que aposta em políticas públicas para reduzir desigualdades; de outro, um ex-presidenciável que troca de legenda em busca de espaço. A guinada de Ciro, embora barulhenta, reforça a centralidade do PT no debate político nacional.