A iniciativa é vista com bons olhos pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem defendido maior transparência no orçamento e já sinalizou apoio a medidas que fortaleçam os mecanismos de controle. Para o Planalto, a atuação de Dino ajuda a desmontar práticas que, ao longo dos últimos anos, transformaram as emendas em moeda de troca política, muitas vezes sem retorno efetivo para a população.
O Partido dos Trabalhadores, que já sofreu ataques no passado por acusações de falta de zelo com o dinheiro público, agora se beneficia de uma narrativa oposta, a de que o governo atual apoia e estimula a fiscalização. Ao respaldar a atuação do STF, Lula reforça sua imagem de estadista comprometido com a ética e com a boa gestão dos recursos da União.
O cerco às emendas parlamentares também abre espaço para um debate mais amplo sobre a necessidade de reformar o sistema orçamentário brasileiro. Hoje, bilhões de reais são pulverizados em pequenos projetos locais, muitas vezes sem planejamento estratégico. A cobrança de Dino pode ser o ponto de partida para uma mudança estrutural, que alinhe os investimentos às prioridades nacionais em saúde, educação e infraestrutura.
Se a oposição tenta pintar o STF como um ator político, a postura de Dino desmonta essa narrativa. Ele tem repetido que respeita as prerrogativas do Congresso, mas que cabe ao Judiciário assegurar que a Constituição seja cumprida. Ao colocar as emendas Pix sob os holofotes, o ministro não apenas fortalece o controle social, como também ajuda o governo Lula a consolidar uma agenda de transparência que pode ser decisiva para 2026.