A agricultora Ivone Ribeiro da Trindade, da comunidade Travessão, comercializa junto com o esposo e a filha produtos in natura e também beneficiados, como pamonha e beijus. Ela ratifica a importância do espaço para a geração de renda. “Eu levo os produtos para a Feira Agroecológica e é um espaço muito importante porque é um complemento na nossa renda familiar. Todo sábado tem venda. As coisas que a gente leva é orgânico, tudo natural sem uso de veneno. As pessoas podem comprar sem medo. Antes da Feira era bem mais difícil, agora a renda só aumentou”.
Além da comercialização na Feira, os grupos de agricultores organizados também fornecem alimentos para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Para Maria Zélia, da comunidade Pitomba, o acesso a estes mercados tem assegurado renda para manter a família. “Trabalho com verduras e hortaliças para vender no comércio e no PNAE. Mamão, mandioca, cebolinha, beterraba, banana. Tenho de tudo um pouco. Toda semana eu tenho minha banca na feira, onde eu vendo, e também o PNAE. Depois disso melhorou bastante minha renda”.
A comercialização de alimentos limpos é o diferencial da Feira e a estimativa é de que, em breve, as famílias consigam o selo de certificação orgânica participativa. A organização da produção e o incentivo à comercialização é feita por meio do assessoramento técnico ofertado pela CAR, através do projeto Pró-Semiárido, em parceria com o Serviço de Assessoria a Organizações Populares (Sasop).
“A assessoria continuada faz com que a gente tenha mais tempo para organizar a base de produção e organizar as pessoas para ocupar esses espaços de comercialização. Este modelo de trabalho, onde há o diálogo do Estado com a sociedade civil organizada e agricultores e agricultoras, dentro das suas comunidades, facilita muito. Teve também todos os investimentos na produção das famílias, metodologia participativa para buscar melhores caminhos e decisões para as necessidades das famílias. Toda essa estrutura de organização de trabalho vem ajudando a ocupar espaço nos circuitos curtos de comercialização, a exemplo da Feira Agroecológica”, explica o técnico do Sasop, que atua pelo Pró-Semiárido, Adão José.
O Pró-Semiárido é um projeto do Governo do Estado, executado pela CAR, empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento e Rural (SDR) com cofinanciamento do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida).
Foto: Elka Macêdo.