O governador pontuou a relevância da conferência para a estruturação do sistema de saúde a partir das necessidades das diversas instâncias do país. “O Estado brasileiro voltou, e uma das formas de demonstrar isso é realizando uma conferência de saúde para aprofundar, discutir com diversos segmentos o que está acontecendo, e planejar o que, e como, nós queremos da saúde. Isso, naturalmente, determinará muito fortemente os caminhos do SUS”, declarou Jerônimo.
A conferência deste ano trouxe o tema ‘Garantir direitos e defender o SUS, a vida e a democracia - Amanhã vai ser outro dia’. A iniciativa já está consolidada como um importante espaço de diálogo entre governo e sociedade para a construção das políticas públicas do SUS. Nesta quarta-feira, a conferência encerrou sua programação com uma plenária final para eleição de propostas, que serão apresentadas na Conferência Nacional, que acontecerá em julho, em Brasília, com a participação de 180 delegados baianos.
Ao longo dos três dias de evento, cerca de quatro mil pessoas, entre gestores, trabalhadores de saúde, usuários e convidados, passaram pelo evento. Quatro eixos temáticos orientaram as atividades de 39 grupos de trabalho da 11ª Conferência Estadual de Saúde: A Bahia que temos. A Bahia que queremos; O papel do controle social e dos movimentos sociais para salvar vidas; Garantir direitos e defender o SUS, a vida e a democracia e Amanhã vai ser outro dia para todos, todas e todes.
Trabalho contínuo
Precedida por etapas municipais, que aconteceram entre novembro de 2022 e maio de 2023, a conferência na Bahia reuniu 2.320 pessoas eleitas - os delegados, representando os 417 municípios na Conferência Estadual. O conselheiro estadual de saúde, Ananias Viana, que integra o Quilombo Kaonge, em Cachoeira e comemorou a primeira participação de quilombolas na conferência. “A gente tem que falar para os governos que as comunidades quilombolas têm ciência, e essa ciência tem que ser reconhecida porque combatemos doenças dentro das comunidades com o nosso laboratório ao ar livre, que são as nossas ervas medicinais, que evitam que a gente esteja o tempo todo dentro dos postos de saúde”.
A titular da Sesab, Roberta Santana, destacou o caráter democrático e participativo da conferência. "Somos gratos a todos os secretários municipais que participaram desse movimento e a gente tem uma grande expectativa quanto à eleição das propostas que representarão a Bahia, na etapa nacional", pontuou.
Mais de oito mil propostas e sugestões para o fortalecimento do SUS foram apresentadas pelos delegados baianos, das quais 100 foram postas em votação e o resultado será apresentado na plenária nacional para servirem de subsídio para o Plano Plurianual de 2024 - 2027. “Estamos aqui vivendo não só um evento, mas um momento histórico da democracia baiana. É um evento construído com 417 conferências municipais e mais 22 conferências livres entre povos indígenas, que trouxeram propostas que irão contribuir e orientar qual será a política pública de saúde no estado da Bahia para os próximos quatro anos”, pontuou o presidente do Conselho Estadual de Saúde, Marcos Sampaio.
Por: Laís Nascimento
Foto: Antonio Queirós.