O Nosso Guerrilheiro
Lá da mineira Passa Quatro
Um bravo guerrilheiro saiu
Para ser odiado pelos patos
Golpistas traidores do Brasil
Se tu optas pelas guerrilhas
Contra golpistas generais
Nunca que, às mil maravilhas
Irás conseguir viver em paz
Se tu combates a quadrilha
De mídias, revistas, jornais
Nunca que, às mil maravilhas
Tu sossegadinho viverás
Quando já se via desrespeito
Rasgadores de constituição
Mineiro Estudante de Direito
Surge com brava indignação
Líder estudantil atuante
Com sua libertária diretriz
Se torna figura importante
Na redemocratização do país
Lá pelos anos da ditadura
José Dirceu de Minas gerais
Tem a libertária postura
De lutar contra os generais
Sessenta e quatro, marcado
Guardada na memória nacional
Se viu duro golpe de estado
Contra Jango, presidente legal
Como estudante politizado
Dirceu, ao ver momentos cruéis
Fica contra o golpe de estado
Dado por homens dos quartéis
Num congresso de estudantes
Em meia oito, a alta traição
Manda prender o militante
E o enquadra por subversão
Tempo do AI-5, da Censura
Jornais não podiam noticiar
Que Zé Dirceu sofria torturas
Nos porões do regime militar
Preso por golpistas de estado
Nem uma região desta nação
Sabia que Zé era torturado
Por defender a Constituição
Certo dia, o preso militante
É livre do porão torturador
Num caso pra lá de marcante:
Sequestro de um embaixador
Zé Dirceu e outros torturados
Pela soltura do embaixador
É trocado, expulso, deportado
E vai rumar exílio, exterior
Trocado por cônsul americano
José Dirceu deportado rumou
Para o país do povo mexicano
Depois cubano, onde se exilou
Em Cuba, estudante mineiro
Então vai realmente aprender
As táticas de um guerrilheiro
Pra combater golpista poder
Enquanto Zé, em Cuba vivia
Querendo poder um dia voltar
O Brasil inteiro padecia
Nas mãos do regime militar
Tempos das plenas tiranias
Até o simples cidadão comum
Teve suspensas as garantias
De nem poder soltar um pum
Tempos em que direito garantido
Era violentado por pelotões
Muitos foram desaparecidos
Lá nas torturas dos porões
Tempo de chumbo, muito choro
Tristeza da mãe pátria gentil
Vendo seu próprio Verde-Louro
Sofrer pelos filhos do Brasil
Tempo do pau de arara, exílio
Muitos cantavam Hino Nacional
Lembrando uma filha, um filho
Vítimas da tortura irracional
Tempo de mães, viúvas heroínas
As quais lembram dias atuais
Tristes dores da pobre palestina
Por filho que já não vive mais
Eis aqui o cenário retratado
Do tempo em que José Dirceu
Na caribenha cubana, exilado
Como um guerrilheiro viveu
Um dia, José Dirceu retorna
E não retorna para passear
Mas pra lutar contra normas
Do regime que adorava matar
A volta de maneira fantástica
Algo marcante, espetacular
Pois precisou fazer plástica
Para poder bem despistar
Logo após a Lei da Anistia
Pressão da Sociedade Civil
Zé Ajudará a fundar um dia
Importante Partido do Brasil
De lutadoras, de lutadores
De operários e intelectuais
O Partido dos Trabalhadores
Surge com libertários ideais
No Partido dos Trabalhadores
Zé Dirceu, desde a fundação
Tem sido um dos articuladores
Decisivo na tomada de posição
Hábil, o libertário idealista
Ajudou a unir, com precisão
Marxistas e sindicalistas
Contra a pelegagem e patrão
Dirceu, de maneira bem bonita
Ajudou de, um modo peculiar
Transformar grupo de xiita
Em partido realmente popular
O inimigo do golpe de estado
Teve importante participação
Pro país ser redemocratizado
E ter uma nova Constituição
Vinte e um anos de ditadura
Zé tinha a plena convicção
Dos estragos, das amarguras
Feitas pelas rodas da traição
Duros, amargosos momentos
O mínimo não sumiu por um triz
Não valia nem vinte por cento
Do que Jango deixou no país
Cincoenta dólares miserentos
Foi o que a ditadura deixou
Sem falar noutros lamentos
Brasil literalmente afundou
Eleito várias vezes deputado
O bravo guerrilheiro lutador
Sempre se posicionou do lado
Do pobre cidadão trabalhador
E o mineiro de Passa Quatro
Que peitou regime ditador
Tem sido a pedra no sapato
De quem explora trabalhador
Nos seus sucessivos mandatos
Em antro burguês conservador
Sempre, de direito e de fato
Soube honrar o seu eleitor
José Dirceu era o dirigente
Comandante do partido, PT
Quando Lula, como presidente
Chega ao Planalto, ao poder
Homem das lutas incessantes
Na redemocratização do Brasil
Assume um cargo importante:
O Ministério da Casa Civil
Hoje ele enfrenta as insidias
De um grupo histórico traidor
Por ter mexido com as mídias
De perfil sempre manipulador
Libertário que nunca foi bobo
Mexeu lá na origem, na raíz
Do monopólio do grupo globo
Na verba publicitária do país
Antes do ministro guerrilheiro
A emissora demoníaca global
Monopolizava todo o dinheiro
Da propaganda governamental
Inimigo da rede salafrária
Dirceu fez a democratização
De toda a verba publicitária
Contrariando globostalização
Perseguido por grupo lunático
Zé Dirceu simplesmente aboliu
A fanfarra de livros didáticos
De Veja, dona da Editora Abril
Dirceu, ministro guerrilheiro
Interrompeu sangrias nacionais
Acabando com farra de banqueiro
Que mamava nas tetas federais
O ódio ao ex super ministro
É desde o fim de FHC, trairão
Criminoso lesa pátria sinistro
Sociólogo picareta vendilhão
Tempo que ninguém esquece
Venda criminosas de estatais
O dinheiro do B N D E S
Socorria banqueiros nacionais
No final do governo tucano
O mínimo, vergonhoso horror
Cincoenta dólares americanos
Valia o valor do seu traidor
Inimigo de nazis jornalecos
Zé Dirceu bom combatedor
É perseguido por um juizeco
Filhote de tucano fundador
Vitima do juiz reacionário
Torturado em um novo porão
Zé honra os revolucionários
Que nunca jamais desistirão
Se hoje ele usa tornozeleira
A mando de um fascista juiz
Pois lava a alma guerrilheira
Dos libertários do nosso país
Zé, perseguido ainda vive
Tá solto por popular pressão
Valente como o Verso Livre
Na trincheira da convicção
E para quem defende escoria
Que persegue Dirceu, lutador
Quem conhece bem História
Manda um à merda libertador
Por Jetro Fagundes - Farinheiro do Marajó e de Ananindeua.