Por conta do trabalho como Jornalista e Blogueiro, busco o notebook e já vou apertando a tecla de ligar. Escovar os dentes, banho e em seguida colocar água para ferver que terá café. Na passagem, ligo a televisão para ouvir as primeiras notícias. Invariavelmente é no programa Jornal da Manhã da TV Bahia. A impressão, mais uma vez, é que o Datena mudou a voz, mas está fazendo o programa. Muitas notícias de mortes, acidentes, tiroteios…
Já faz algum tempo que deixei de ver o programa. E sempre que tento, me dá um desânimo arretado. Começar o dia desta forma não faz bem a ninguém. É hora de abrir Blogs e Sites de notícias da Bahia. Ao longo dos últimos anos aconteceu uma mudança significativa nas redações. Como mostrar fotos de pessoas destroçadas por acidentes, crivadas de balas, crianças seviciadas por familiares dá audiência, muitos se tornaram reverberadores deste tipo de informação.
Nos portais de imprensa de alcance nacional não está diferente. Este fenômeno de exposição de cenas chocantes está presente, tudo em busca de cliques fáceis.
Voltamos aos canais de notícias via streaming e encontramos imagens de guerras com informações de mortes de crianças de ambos os lados dos combatentes. A guerra da Ucrânia perdeu espaço e quase não é mais lembrada na imprensa. As vidas lá perderam o valor e já não têm importância para a imprensa que informa ou manipula. Agora é Israel chacinando crianças Palestinas transmitido ao vivo para todo o mundo.
As informações e imagens do ataque do grupo Hamas no dia 07 de outubro matando civis são chocantes. Nada justifica o ato. Nada mesmo. Muito menos o que os Palestinos passam há 75 anos sendo humilhados, presos, mortos, retirados de suas residências como se não fossem seres humanos. Nada justifica isto.
A reação desproporcional de Israel, que mata e trucida homens, mulheres e crianças são crimes de guerra.
E enquanto o dia vai seguindo seu rumo, as horas vão passando e chega à noite. A imprensa escrita repercute os fatos mais chocantes, a televisão mostra os resumos das tragédias no “horário nobre” e assim vamos vivendo um dia normal como outro qualquer.