Enquanto o tema ganhava espaço em livros, produtoras trabalhavam simultaneamente em novas narrativas para as telas. Em 2025, duas delas foram lançadas: Maria e o Cangaço, pela Disney+, e Guerreiros do Sol, da Globoplay, cada qual trazendo a visão singular de seus autores e diretores.
Hoje, 28 de julho de 2025, é lembrado o assassinato de Virgulino Ferreira da Silva (Lampião) e Maria Gomes de Oliveira (Maria Bonita), ocorrido em 1938, há exatos 87 anos, na grota do Angico, divisa dos municípios de Canindé de São Francisco e Poço Redondo, no estado de Sergipe.
Maria nasceu no antigo distrito de Santo Antônio da Glória, atualmente Paulo Afonso, na Bahia, mais precisamente no povoado Malhada da Caiçara. A casa onde nasceu foi adquirida pela prefeitura e transformada em museu. Turistas visitam o local para conhecer a história da primeira mulher a ingressar no Cangaço.
O apelido "Maria Bonita" lhe foi atribuído postumamente. Durante sua atuação no bando, era conhecida como "Maria do Capitão", em referência ao título concedido a Lampião pelo governo federal, como estratégia para enfrentar a Coluna Prestes, grupo que, à época, representava uma grande ameaça à autoridade vigente.
Mas nada se compara a primeira minissérie brasileira produzida pelo Rede Globo no ano de 1982, escrita por Aguinaldo Silva e Doc Comparato, e dirigida por Luís Antônio Piá e Paulo Afonso Grisolli, que por coincidência do destino, foi gravada na cidade de Paulo Afonso/BA. Com oito capítulos e trama carregada de os últimos meses de vida do casal que encanta os historiadores até os dias de hoje.
Nelson Xavier interpretou Lampião e Tânia Alves fez o papel de Maria Bonita. Os dois foram perfeitos em suas atuações.Até hoje, questiona-se se Lampião e seu bando foram heróis ou criminosos ao atravessar os sertões nordestinos. Não há resposta capaz de contemplar todas as opiniões, mas é certo que, antes de se tornarem cangaceiros, enfrentaram fome, exploração e abandono. Viviam em terras áridas, onde poucos prosperavam e muitos eram subjugados por coronéis amparados por políticos, forças policiais e governos.
Diante do abandono, o Cangaço parece ter sido a única alternativa para encarar a morte de frente e mantendo, ao menos, o resquício de dignidade que lhes restava.