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Dimas Roque

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Os Cangaceiros e a Volante resistem ao tempo e ao carnaval

3 de Março de 2025, 13:08 , por Dimas Roque - | No one following this article yet.
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Foto: Dimas Roque
O grupo cultural "Cangaceiros e a Volante", criado em 1956, é puro espírito de Carnaval! Todo ano, eles desfilam pelas ruas de Paulo Afonso, na Bahia, com uma produção que dá um show: roupas detalhadas, chapéus de couro, rifles de madeira e até as fulô (flores) no cabelo das mulheres, tudo pra relembrar o tempo do cangaço. Homens e mulheres encenam combates entre os cangaceiros (os "bandidos heroicos" do sertão) e a volante (a polícia da época), revivendo o clima de quando Virgulino Ferreira, o Lampião, o "Rei do Cangaço", botava ordem no Nordeste. E olha que o povo não brinca em serviço: até os gestos e os gritos são inspirados nas histórias passadas de geração em geração! 

Ontem (02)! Às 9h30 da manhã, aconteceu a "derrubada do acampamento" — que é quando a volante invade o território dos cangaceiros e os expulsa do local. O evento, que mistura tradição e teatro, lotou a Avenida José Hemetério de Carvalho, em frente à Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Teve direito a galera correndo, espingardas de mentira fazendo "pow-pow", e até umas crianças pulando no meio da bagunça. A plateia não parava de gritar: "Volante, pega eles!" ou "Lampião, não se rende não!". 

Hoje (03), continua! O grupo tá percorrendo a cidade ao som de sanfona, zabumba e triângulo, com direito a músicas que todo mundo canta junto: "Olê, mulher rendeira, olê, mulher renda! Tu me ensina a fazer renda que eu te ensino a namorar" e "Eu me chamo Virgulino, conhecido Lampião! Sou cangaceiro aprumado, de todo esse sertão...".

Falando em lenda, você conhece Maria Bonita?

A mulher mais famosa do cangaço nasceu em Paulo Afonso. Maria Bonita (nome verdadeiro: Maria Déia) entrou pro bando de Lampião em 1930, virando a primeira mulher a pegar em armas no cangaço. Ela não era só companheira dele: comandava junto, tomava decisões e virou símbolo de coragem no sertão. Dizem que ela até influenciava nas estratégias de guerra e cuidava dos feridos. Maria Bonita e Lampião formavam o "casal mais temido e respeitado" do Nordeste, até serem mortos em uma emboscada em 1938. Hoje, ela é celebrada como ícone feminista, mostrando que, mesmo no meio do tiroteio, as mulheres mandavam ver! 

O grupo "Cangaceiros e a Volante" mantém essa história viva não só no Carnaval, mas o ano todo, com oficinas e palestras nas escolas. É a prova de que o sertão (e suas lendas) nunca deixam de inspirar!

Fotos: Dimas Roque.


















Fonte: http://www.dimasroque.com.br/2025/03/os-cangaceiros-e-volante-resistem-ao.html

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