O episódio reacende o debate sobre os limites da liberdade de expressão no púlpito e a responsabilidade de líderes religiosos em um país marcado pela diversidade de crenças. Para movimentos sociais e entidades ligadas à defesa da liberdade religiosa, a fala do padre não foi apenas uma opinião, mas um ataque direto a tradições que historicamente sofrem perseguição.
Gilberto Gil, que sempre defendeu o diálogo entre culturas e religiões, reagiu com firmeza. Em nota, sua defesa afirmou que “a fé não pode ser usada como arma de exclusão” e que o processo busca não apenas reparação financeira, mas também um gesto simbólico contra a intolerância.
Enquanto isso, setores conservadores tentam relativizar o episódio, alegando que o padre exerceu seu direito de crítica. Mas a repercussão mostra que o caso ultrapassou os limites da paróquia e se transformou em um embate nacional entre fé, política e direitos humanos.
Na Bahia, onde a herança africana é parte indissociável da identidade cultural, o episódio ganhou ainda mais peso. Líderes religiosos e políticos locais destacaram que a fala de Danilo César fere não apenas a memória de Preta Gil, mas também a dignidade de milhões de brasileiros que professam religiões de matriz africana.
O processo segue em tramitação, mas o recado já foi dado para quem debocha da fé alheia pode acabar no banco dos réus.
