Enquanto isso, gastos com eventos chamam atenção. Informações dão conta de que a prefeitura investiu milhares de reais em festas, incluindo cachês de artistas regionais e estrutura de palcos. O valor seria suficiente para ajudar a custear o benefício. "É uma contradição inaceitável. Falam em crise para adiar políticas sociais, mas não hesitam em patrocinar eventos que, embora importantes culturalmente, não resolvem a fome", critica uma moradora do Bairro Portelinha.
A demora começa a gerar mobilização popular. Um grupo de moradores está se organizando no movimento "Renda ou Resposta" e planeja ocupar a Secretaria de Assistência Social. "Elegeram Machado pela promessa de dignidade, mas estamos sendo tratados como plano B", afirma uma líder comunitária que pediu para não ter o nome revelado. Dados do IBGE apontam que 38% da população de Canindé vive abaixo da linha da pobreza, cenário agravado pela seca histórica que assola o semiárido sergipano.
Ouvido pela reportagem alerta para o risco de judicialização. "Promessas de campanha não são obrigações legais, mas, se há verba disponível e comprovação de má-fé na gestão, o Ministério Público pode intervir", explica advogado especialista em Direito Público.
Enquanto a pressão cresce, a pergunta que ecoa nas ruas de Canindé é clara: por que a festa segue para alguns, enquanto o prato de outros permanece vazio?