Começamos a semana agitada na política. O presidente Michel Temer, que gostemos ou não, está de posse da cadeira de mandatário do país, esteve ontem nas Nações Unidas para a abertura anual dos trabalhos. É que desde que foi criada, o representante Brasileiro de Plantão é que faz a abertura da primeira seção. Essa tradição começou na segunda Assembleia-Geral da história. Quem discursou foi o então ministro das Relações Exteriores Oswaldo Aranha. E de lá para cá, somos nós quem fazemos a abertura.
Pois é, o temer esteve lá, com seu estilo pasteurizado, com mãos que se movem como se programadas, em gestos marcados para dar ênfase ao que diz. E ele disse algo, no mínimo interessante, “que as reformas tornarão o Brasil mais aberto”. Mas isto ele nem precisa anunciar, pois nós já estamos vendo a tal abertura ao capital estrangeiro com a venda de nossas empresas públicas a preços abaixo do mercado.
Nunca na história do Brasil tivemos um presidente com tão pouca aprovação da população. Na pesquisa que saiu ontem CNT/MDA, segundo os dados do levantamento, a avaliação negativa do peemedebista alcançou 75,6% neste mês de setembro. Até então, o pior desempenho era da ex-presidente Dilma Rousseff, que teve índice de 70,9% em julho de 2015. Hoje favorita ao senado em Minas Gerais, segundo pesquisa estadual.
Temer também é dono do pior desempenho pessoal da história, avaliação que começou a ser medida em 2001. Isso porque 84,5% desaprovam o desempenho do presidente, segundo dados de setembro.
Ou seja, nós ontem tivemos na Onu – Organização das Nações Unidas, um moribundo falando em nome da nação brasileira.
Você, caro ouvinte, deve se perguntar: e como Temer ainda se sustenta na presidência da república? Neste caso vale lembrar o que Romero Jucá disse e está gravado em áudio: com supremo, com tudo.
E para colocar mais lenha nessa fogueira política, o general secretário de economia e finanças do Exército, general Antônio Hamilton Martins Mourão, esteve em um evento da maçonaria em Brasília e defendeu publicamente uma intervenção militar. Ele foi perguntado da possibilidade e não se furtou a fazer a defesa, disse ele que os militares poderão ter de "impor isso" e que essa "imposição não será fácil".
Para quem viveu os anos de barra pesada da ditadura militar que surgiu em 31 de abril de 1964, falar novamente em intervenção militar, soa como uma excrecência. O general perdeu uma bela oportunidade de ficar calado.
Até do ponto de visto do código de ética do exército, o general errou.
Ele é subordinado ao Comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, que disse que não punirá o general que defendeu a intervenção militar.
"Esta questão está resolvida internamente. Punição não vai haver. A maneira como Mourão se expressou deu margem a interpretações amplas, mas ele inicia a fala dizendo que segue as diretrizes do comandante. Disse Vilas Boas.
Pois é, a semana esquentou bastante na política, mas o melhor é arrefecermos os ânimos de todos, porque brincar de pau-de-arara ninguém quer.