Queijos e derivados do leite produzidos na Bahia voltaram a ser destaque. Dessa vez, no 17° Encontro Nordestino do Setor do Leite e Derivados (ENEL), que aconteceu na última semana, em Campina Grande, na Paraíba. O estado conquistou 114 medalhas, 24 super ouros, 23 ouros, 31 pratas e 36 bronzes, o que corresponde a 48% das premiações concedidas no concurso. Antes do evento (24/10), parte dos produtores premiados foram recebidos na Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), órgão que articula o fortalecimento e certificação de pequenos produtores de queijo no Estado.
Angelo também destacou a importância da certificação dos pequenos produtores para o fortalecimento da cadeia produtiva. “Estamos na expectativa do projeto de lei que autoriza o comércio de produtos de origem animal, certificados com o Selo SIM/CONSÓRCIO, em todo o território estadual. Iniciamos as discussões para a certificação de pequenos produtores no Estado, em conjunto com a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB), a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), o Sebrae, a Associação Comer Queijo e o setor produtivo, no mês de junho e acreditamos que estamos muito próximos disso”, ressaltou.
O produtor João Campos foi um dos premiados com uma medalha de ouro. Ele considera o Enel 2023 um marco histórico para o Nordeste brasileiro, especialmente para a Bahia, e destaca o crescimento do setor nos últimos anos. “O Enel 2022, em Vitória da Conquista, já havia sido importantíssimo. Tivemos 221 inscrições de produtos e cerca de 40 medalhas para o estado da Bahia. Agora, a gente saltou para 555 inscrições e 114 medalhas. O que nos mostra que a política dos consórcios tem dado certo no estado e que esse é o caminho. Ela deve ser reforçada porque está dando certo”, disse.
João também ressaltou a importância da capacitação e o fortalecimento do setor. “Um destaque grande para o papel do Sebrae e para os cursos de capacitação, que fizeram grande diferença. Quem acompanha o cenário, viu que em 2023 os produtores receberam o reconhecimento máximo, que foi a medalha de super ouro, porque produziram o queijo impecável. Essa é a importância da política pública, do Sebrae, do SENAR e especialmente a capacidade do pequeno produtor, humilde do sertão baiano", finalizou.
Gildemario Carneiro, de Nova Fátima, também foi premiado. Ele conquistou uma prata, com o doce de ambrosia, e um super ouro com o queijo autoral Flor de Alecrim. Ele destaca a importância do prêmio. “Para mim e para minha família, foi um evento maravilhoso, porque conquistei uma medalha com a ambrosia da minha esposa, que é um doce de família com uma tradição de mais de 100 anos”, explicou o produtor, que também destacou o avanço que obteve com relação ao concurso de 2022, quando conquistou apenas uma medalha. “De lá para cá a gente vem se organizando, melhorando a qualidade do produto”, finalizou.
A cooperativa Capribée também foi premiada. “Nós levamos nove queijos e recebemos oito medalhas. Recebemos duas pratas, dois bronzes, um ouro e três super ouro. Para a gente, produtor rural aqui no norte da Bahia, é um avanço muito grande. Essas medalhas são de grande importância para nossa cooperativa e para nossa região, porque através dessa premiação o nosso case toma uma dimensão em agregação de valor no produto. Todas as nossas participações nos concursos, elas são de grande importância mesmo. Hoje, nossos produtos são vendidos em várias cidades baianas, mas o forte dos nossos produtos, nossas vendas, são em Salvador”, explica a presidente da cooperativa, Eugênia Ribeiro Félix.
Projeto de Lei
Os produtores aguardam a sanção do Projeto de Lei (PL) 25.046/2023, que autoriza o comércio de produtos de origem animal, certificados com o Selo SIM/CONSORCIO, em todo o território estadual. O documento foi aprovado na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) no dia 4 de outubro.
“Estamos extremamente felizes com a conquista da Bahia no Enel. Voltamos de lá cheios de energia para poder continuar com o movimento da regulamentação dos queijos e derivados daqui da Bahia. Temos vários produtores premiados que ainda não conquistaram selo de inspeção municipal e com isso, não podem comercializá-los. Existem ainda os que tem o selo de inspeção municipal, porém também não pode comercializar no estado todo. E é essa reivindicação, o apelo que a gente faz para ser aprovado o SUSAF, que já está na etapa final”, pontuou Frederico Teixeira, presidente da Associação Comer Queijo.