![]() |
Foto: Dimas Roque |
Em meio a gritos de “O ovo acabou!”, o Restaurante Popular Dom Mário Zanetta, localizado no bairro BNH, foi reinaugurado nesta quinta-feira após cinco meses fechado. O evento, marcado por discursos emocionados e críticas veladas à administração passada, simboliza a tentativa da atual gestão de resgatar a credibilidade do equipamento, que chegou a servir apenas 600 refeições diárias em 2024, ante uma capacidade inicial de 1.000.
O restaurante foi reformado com R$ 957 mil em recursos públicos, via contrato emergencial com a empresa Lemos Passos. Entre as novidades estão: Acesso gratuito para 43 mil beneficiários do Bolsa Família, identificados por reconhecimento facial vinculado ao CadÚnico, taxa subsidiada de R$ 3 para comerciários, mototaxistas e trabalhadores informais, expansão do horário: almoço às 10h30 e sopas no período noturno, de segunda a sexta.
Galinho não poupou críticas aos antecessores. Denunciou atrasos de 10 meses no pagamento a fornecedores e o desvio de recursos para “apadrinhados políticos” — prática que chamou de “mamata”. “Redirecionamos verbas para quem precisa. Não é mérito, é obrigação”, disse ele.
A secretária de Desenvolvimento Social Edila Carvalho, emocionada, lembrou os “esforços incansáveis” para reabrir o espaço. “Tivemos que convencer vereadores e a população de que valia a pena lutar por isso”, declarou, destacando parcerias com a Secretaria de Tecnologia para implementar o sistema antifraude.
O restaurante integra o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e prioriza famílias em vulnerabilidade. A meta é evitar superlotação e garantir “dignidade a quem realmente precisa”, como definiu Galinho. O desafio, porém, é manter a sustentabilidade: o custo real por refeição é de R$ 16, mas o município subsidia 81% do valor para usuários não cadastrados no Bolsa Família.
A reabertura ocorre em um momento de expansão de restaurantes populares no Brasil. Em 2024, apenas na Paraíba, 2,3 milhões de refeições foram servidas em 10 cidades. Em Paulo Afonso, a expectativa é que o equipamento se torne referência na Bahia, aliando segurança alimentar a tecnologias de gestão.
A prefeitura anunciou campanhas para recadastrar famílias no CadÚnico e ampliar o acesso. “Quem ganha com isso não somos nós, políticos. É o povo”, concluiu Galinho, sob aplausos.