As primeiras lembranças que vem a minha mente de um jogo da seleção brasileira datam de 1970. Eu ainda morava na Otávio Mangabeira, a Rua que ainda hoje vou quando busco encontrar amigos da infância. Pois foi na frente da casa de “Seu Petrônio”, diante da janela, que estava um rádio e alguns jovens sentados a ouvir. Lembro da narração e do grito de gol contra a Itália. Foi uma festa e nós, as crianças que nem sabíamos do que se tratava, começamos a pular de alegria. Tudo porque os mais velhos estavam felizes.
Passados quatro anos, em 1974, eu já tinha consciência que o Brasil ia a Copa e tinha um bom time. Foi também a primeira vez que fiquei sabendo que alguns dos jogadores pulavam os muros das concentrações, uns para encher a cara de cachaça, outros para namorar com as “gringas” por onde passavam. É público para os mais aficionados pelo futebol as histórias dos “irresponsáveis” que voltavam para as concentrações ao amanhecer, mas que em campo davam show com a bola.
Também é público as brigas entre alguns jogadores. Em 74 o goleiro Leão e o lateral, Marinho Chagas, não se bicavam. Também sabemos que, invariavelmente o arqueiro em suas saídas de bola, repassavam para o seu desafeto. Mesmo “inimigos” os dois sabiam que na seleção o que vale é a defesa da imagem do país e em caso de vitória, o que isso representa para o povo de uma nação.
Paulo César Caju, Garrincha, Romário e Sócrates, são os representantes desta turma que fora de campo curtiam a vida como se não houvesse amanhã, mas dentro do campo vestiam a camisa amarelinha e a transformavam em sua segunda pele.
Como "miséra" vamos ganhar uma Copa do Mundo novamente com jogadores que passam os jogos olhando para os telões nos estádios para ver se suas imagens estão sendo exibidas? Que, vendo seu povo precisando receber R$ 600,00 de auxílio para não passar fome, vão se refestelar com carne ao valor de R$ 6.000,00 o quilo e ainda publicam imagens na internet buscando cliques? Que são eliminados e declaram, “vida que segue”. Como isto fosse possível para as crianças que sonharam ver seu país no mais alto do podium?
Enquanto a seleção for escalada com jogadores que deixaram de ter sensibilidade social para com o seu povo, enquanto uma ‘papota” de ex-jogadores ricos fizerem lobby para emplacar um novo treinador que vai convocar seus produtos (atletas), não haverá chance de o Brasil voltar a ser campeão mundial. A seleção virou um shopping center de atletas para bombar seus novos contratos.
A maioria dos atuais jogadores da seleção brasileira está com dificuldades de falar o português claro. Estão com o tique nervoso dos que deixaram sua pátria e assumiram outras como sendo as suas. Ninguém vê um desses caras no meio do povo. Mas é fácil encontrar registros fotográficos dos mesmos em "regabofes" acompanhados de ricaços.
O Brasil não deixou de torcer pelos jogadores e pela seleção, mas os jogadores que estavam em campo no Catar, em sua maioria, deixaram de ser brasileiros a muito tempo.
Para o futura, É preciso formar um time com jogadores que atuam no Brasil, que jogam o futebol alegre, brasileiro, e antes que sejam transferidos para a Europa e esqueçam suas raízes.