O Brasil pode estar caminhando para uma fase que no futuro chamaremos de "2º Período Colonial", no qual a soberania popular foi substituída pela partilha do país entre as grandes corporações estrangeiras, a escravidão foi reimplantada de forma mais sofisticada e as igrejas fundamentalistas passaram a doutrinar ideologicamente a massa emburrecida pelo jogo de aparências das redes sociais.
Da mesma forma que o Chile de Pinochet foi o laboratório do neoliberalismo via "doutrina de choque", o Brasil de Temer é um tubo de ensaio para um novo colonialismo com a destruição dos Estados e nações, tendo o consentimento das oligarquias locais que rejeitaram um projeto de país e que aceitaram ser sócias menores do grande capital apátrida.
Enquanto isso, grupos privados bilionários financiam "movimentos" de direita para convencerem pessoas desinformadas a acreditar que a agenda dos bilionários de privatização e desmanche do Estado é boa para a população.
Agora, até grupos separatistas aparecem como se surgissem por geração espontânea, sem sequer ser investigado quem os financia.
O Brasil sangra enquanto sua riqueza é roubada e seu povo explorado. Proliferam oportunistas de toda espécie e a resistência está no Facebook, preocupada em saber quantas curtidas terá, sem se ligar que esta rede social é parte central no processo de controle social e ideológico das massas.
Se tenho esperanças? Sim, por que enxergo as coisas numa perspectiva histórica. Mas já estou preparado para viver uma idade das trevas e a dar a contribuição que for possível para revertê-la no longo prazo.
Thomas de Toledo
Professor de Relações Internacionais da UNIP, historiador pela USP, mestre em Desenvolvimento Econômico pela Unicamp e especialista em BRICS.