O recaatingamento, que consiste na recomposição de áreas de Caatinga, tem acontecido por meio da implantação de um viveiro de mudas da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira (Fundação Apaeb), que tem o investimento de mais de R$ 1 milhão. Os recursos são aplicados na ampliação da estrutura do viveiro com estufa, cisterna de 260 mil litros, além do serviço de assistência técnica e extensão rural (ATER) e doação de mudas de plantas frutíferas e plantas nativas da Caatinga. No total, já foram disponibilizadas, aproximadamente, 15 mil mudas para agricultores e agricultoras familiares.
O plantio dessas mudas, nas áreas dos beneficiários, tem transformado a paisagem degradada em área verde de preservação e produção, gerando alimento e renda para as famílias, como explica o diretor da Fundação, Gerlândio Lima. “O recaatingamento promove o reflorestamento tanto das árvores nativas da Caatinga como das frutíferas para que os agricultores possam cultivar o alimento para eles, mas também para a criação de animais”.
Um dos beneficiários do projeto é o agricultor Lídio da Cunha, que utiliza as plantas nativas da Caatinga na alimentação animal e também para o consumo da família. “A gente utiliza a gliricídia, o mulungu e o pau de rato, que é uma boa proteína para as minhas cabras. A gente usa também a madeira da jurema para fazer cerca e utilizamos a ora-pro-nóbis na nossa alimentação. Colocamos na salada e refogamos com toucinho. Fica gostoso”.
Além de promover a sustentabilidade social e econômica, o foco na preservação do meio ambiente é observado na tomada de consciência de agricultores e agricultoras. Um deles é Luís Mota, que destaca, em especial, a importância do acompanhamento técnico para a preservação do meio ambiente. “Os técnicos da Apaeb motivaram muito o cuidado com o meio ambiente. Hoje, só se acha saco plástico na minha área se o vento trouxer de outras propriedades. Aprendi bastante também com a questão da reserva alimentar e, hoje, já me tornei um distribuidor de mudas e sementes na minha região, porque já trabalho com essa consciência há muito tempo”.
O Bahia Produtiva é um projeto executado pela CAR, empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), com cofinanciamento do Banco Mundial. Por meio do projeto são executadas ações que fortalecem os empreendimentos da agricultura familiar e de povos e comunidades tradicionais, com ações que incluem o serviço de ATER, agroindustrialização da produção e apoio para o acesso ao mercado, dentre outras.