Projeto Político Pedagógico da Escola Classe 115 Norte
“Aquilo que os estudos das ciências da educação vem apontando nos últimos anos: a ampliação e a diversificação das fontes legítimas de saberes e a necessária coerência entre o saber fazer é o saber ser pedagógicos.”
Edina Castro de Oliveira
em prefácio à “Pedagogia da Autonomia” de Paulo Freire
1) Princípios do projeto político pedagógico
- São princípios norteadores para o projeto político pedagógico da Escola Classe 115 norte a autonomia, alteridade, cogestão, democracia, inovação, solidariedade e protagonismo, e que permeiam os processos de aprendizagem, atuação, ocupação e apropriação do espaço escolar de forma consciente, responsável, democrática e solidária.
- O projeto político pedagógico deverá ser avaliado periodicamente pela comunidade escolar a cada semestre e referendado em assembleia, tendo em vista o caráter vivo e dinâmico do projeto politico pedagógico, conforme a realidade do momento da comunidade escolar.
- Para sustentabilidade da proposta e o aprimoramento das práticas pedagógicas coerentes com os princípios do projeto político pedagógico, os educadores deverão participar de processos de formação continuada definidos pela comunidade escolar na pratica da cogestão, aprendizagem sobre temas de interesse e análise da própria prática.
- Entende-se por “escola” uma comunidade de aprendizagem: a comunidade de pessoas envolvidas no processo de construção de relações de aprendizagem e/ou do espaço de vivência para desenvolver e compartilhar autonomia; sendo ela um ponto de apoio para o aprendizado no território educativo.
- Todos são vistos como sujeitos de uma aprendizagem que se produz no coletivo com experiências e perspectivas diferentes, mas com iguais disposições para aprender: “professores” e “servidores” de todos os setores são referências para aprendizagem, ou educadores, sendo também aprendizes; e estudantes também são referências de aprendizagem, uns para os outros e para o resto da comunidade de aprendizagem; os professores são organizadores e estimuladores de processos de aprendizagem
- Autonomia pode ser entendida como uma RELAÇÃO (e não como uma propriedade) que se estabelece entre os envolvidos na busca de potencializarem-se como autores (sujeitos) de suas identidades e singularidades, buscando constituí-las por um processo de integração com a comunidade e com o espaço vivido em seus aspectos natu-culturais, e compreendendo a formação de um tecido sócio-comunitário plural e libertador (emancipador);
2) Compromisso pedagógico
- o momento da matricula, cada pai, mãe ou responsável que tiver seu filho matriculado na escola deverá disponibilizar pelo menos um turno por semestre para auxiliar em atividades na escola, no sentido de fortalecer e materializar o princípio da cogestão e participação pedagógica da comunidade de aprendizagem.
3) Cogestão
- O projeto politico pedagógico indica a formação de comissões compostas pela comunidade escolar (pais, educadores e demais servidores) para atuar junto à direção da escola e ao conselho escolar.
- Programa de formação e incentivo das crianças como protagonistas da cogestão.
4) Organização do tempo e do espaço escolar
- A escola tem que ser um espaço prazeroso, de alegria, atraente. Nesse sentido, o processo de socialização entre os estudantes pode se basear em novos parâmetros para além do regime disciplinar imposto pelo formato vertical em sala de aula. Desta forma se propõe um processo dinâmico e potencializador onde a aprendizagem se dá em todo espaço e não somente dentro da sala de aula, ampliando o conceito de espaço escolar, produzindo vivencias pedagógicas responsáveis, que transformam os espaços comuns em territórios educativos, guardadas as diretrizes e princípios.
5) Metodologia
- Na perspectiva de propor uma aprendizagem em que os sujeitos participem de um processo legitimo e significativo, isto é, a partir de suas próprias necessidades, desejos e aspirações, os educadores precisam desenvolver a escuta qualificada para selecionar as informações sobre os estudantes para subsidiar seu planejamento e identificar as necessidades para organizar o processo de aprendizagem, em rodas de conversas iniciais.
- Reagrupamento sob o regime de tutoria - projetos
6) Comunicação
- É preciso pensar duas frentes de comunicação: uma para articulação, informação, mobilização das famílias; outra de protagonismo dos estudantes.
- Ter um canal de comunicação ativo: blog, rádio da escola, jornalzinho da escola, etc
- Ter lista de email / zap com todos da escola
7) Avaliação continuada como parte do processo de planejamento, instrumento de aprendizagem e autoavaliação dialógica. Pensar instrumentos.
8) Fortalecimento dos vínculos entre toda comunidade escolar
- Garantir momentos celebrativos e prazerosos de construção coletiva
- Organizar mais festas, churrascos, etc
- Realizar encontros de formação, com vivências e reflexão das diversas praticas que ocorrem na comunidade escolar
- Ter mecanismos de incentivo para professores que participam de momentos para além do horário de trabalho.
- Garantir espaços para convivência e aprendizagem de pais e professores: momentos mensais de aprendizagem com oficinas, rodas e falas a partir de temas pré-definidos de interesse para pais-responsáveis, aberto à toda comunidade escolar.
9) Relação entre currículo e produção de conhecimento
- Construir conhecimento a partir das vivências, práticas diversas e questões geradoras produzidas pelos estudantes. O eixo condutor deve ser a prática e não os conteúdos. Nesse sentido, altera-se o processo de estabelecer os momentos de aprendizagem no formato “aula” e passa-se a envolver a comunidade num processo constante e integral de desenvolvimento e experimentação de potencialidades. Uma forma de abarcar esse processo poderia ser pelo formato de “projetos”...
- A escola como um espaço real de inclusão dos alunos especiais. Nesse sentido, assumir que somos todos especiais, singulares e diferentes, pois acentuando nossas diferenças abrimos mais espaço para a alteridade (cultivar as diferenças, no lugar da igualdade, dizer que todos somos iguais pode soar falso e não ter um efeito pedagógico)
- Musica, arte e esporte, presentes em diversos momentos, dentro e fora de sala de aula (não deve ser algo que existe, apenas, na escola parque)
- Ter espaços para vivências e experimentações
- Processo educativo como caminho de construção da autonomia da criança
- Ter como eixo do aprendizado a pesquisa, as vivencia e a experimentação
- Que as crianças proponham e construam ações de pesquisa junto com as outras crianças
- Garantir a formação continuada dos professores na perspectiva de uma educação integrada
10) Valores da dinâmica escolar
- Garantir espaço coletivo de tomada de decisões, com protagonismo das crianças
- Contribuição efetiva das famílias na escola, através das comissões de trabalho
- Explorar e valorizar nossas diferenças
- Promover o valor da alteridade
- Compartilhar responsabilidades
- Buscar garantir coerência entre o PPP da escola e as práticas escolares (exemplo: alimentação saudável, decisões dialogadas, etc)
- Ter a presença dos pais nas rodas de conversa durante a semana na escola
- Ter uma rotina de encontro dos pais na escola, para estabelecer um espaço de referência junto à comunidade escolas (proposta de encontro quinzenal)
- PRINCIPAIS AÇÕES PARA 2016
- Ampliar o reagrupamento para 2 dias no primeiro semestre e 3 dias no segundo.
- Laboratório aberto para as crianças usarem mais livremente
- Laboratório de Informática - estabelecer parcerias que permitam ter monitores que ajudem a equipe pedagógica a realizar atividades transversais no laboratório.
- Trabalhar permacultura com as crianças.
RECORTES TIRADOS DO TEXTO
- A manutenção da horta precisa ser assumida pelas turmas (prof e crianças)ou melhor, pelas crianças, não teriam mais turmas...
- Instaurar a coleta de lixo seletiva
- Limpeza da escola????
- Escola como espaço lúdico
- Recreio de 30min (tirar o nome recreio que cria antinomia e estabelecer um horário de aula de vivência lúdica, ou, melhor ainda, não tem aula, nem recreio: pedagogia de projetos
- Escola como território lúdico