O Google está no meio de um processo para venda da Motorola à chinesa Lenovo, mas não tudo! A gigante de Mountain View não está vendendo a visionária equipe de pesquisa da Motorola, a Advanced Technology and Projects (ATAP), por exemplo.
Os relatórios que mencionam a ATAP definem uma lista de projetos mais conhecidos e coloridos nos quais a empresa está trabalhando.
Um desses projetos é o Project Ara, um conceito de telefone modular que permite às pessoas usarem impressoras 3D e outrs hacks para construir praticamente qualquer tipo de aparelho que queiram. O Google recentemente anunciou conferências de hardware para o projeto, que terá início em abril.
Alguns fizem que o celular pode ir à venda já no próximo ano, por cerca de 50 dólares.
Outra novidade é a pílula chamada “vitamina da autenticação”, a qual gera uma senha quando é engolida. Uh, Ok. Isso parede… interessante.
A empresa também está trabalhando em tatuagens eletrônicas. Espera um minuto – o quê? Isso não faz sentido algum. Como assim uma tatuagem eletrônica?
Tatuagens eletrônicas parecem algo “ultrafuturístico” – algo do reino dos transportes aéreos e iPhones baratos.
Aqui está o que todo mundo precisa saber sobre as tatuagens eletrônica: elas fazem sentido, são inevitáveis; estarão no mercado muito em breve. De fato, é quase certo que você, ao menos, irá experimentar uma dentro dos próximos cinco anos.
O que é uma tatuagem eletrônica?
Primeiro de tudo, deixe me dizer o que elas não são: elas não são tatuagens. Não há tinta, agulhas ou perfuração da pele.
A razão pela qual elas são chamadas de “tatuagens” é porque elas são similares às tatuagens falsas, daquelas que você encontra em pacotes de salgadinhos. Elas geralmente vêm em um pedaço de plástico, e então são aplicadas à pele e então esfregadas para que saiam do plástico – que é então retirado, deixando apenas uma fina camada de fios de silicone flexível.
O conceito por trás das tatuagens eletrônicas é simples. A ideia é criar um dispositivo eletrônico, geralmente algo que envolve sensores, que é mais fino que uma folha de papel e mais flexível que um Band-Aid e que pode ser fixado na pele.
O ingrediente secreto são os eletrônicos flexíveis. O principal benefício é que eles se tornam parte do corpo de uma forma não invasiva, sem dor e relativamente barata.
Além dos sensores, o pacote eletrônico pode conter capacidades de rede sem fio, então não apenas pode transmitir dados facilmente, como também pode ser controlado por meio de um computador remoto ou smartphone.
Por que as tatuagens eletrônicas estão surgindo agora?
Quase todas as grandes revoluções tecnológicas são precedidas por uma revolução de materiais. Por exemplo, a revolução do computador deve o seu surgimento ao desenvolvimento de materiais semicondutores – incluindo o silício, que substituiu os tubos de vácuo e trouxe a Lei de Moore, a qual estabelece que o número de transistores em circuitos integrados dobra a cada dois anos.
A revolução da tatuagem eletrônica está chegando por conta do desenvolvimento da eletrônica de flexíveis e em miniatura. De fato, há décadas tem-se trabalhado no desenvolvimento da eletrônica flexível.
A maioria dos produtos eletrônicos de consumo, de telefones a câmeras digitais, contém circuitos que são flexíveis, com o intuito de possibilitar a dobra de placas de circuito com o objetivo de colocar tudo em um pequeno espaço.
Mas, nos últimos anos, tornou-se cada vez mais possível a criação de circuitos flexíveis que podem rolar, esticar e, mais importante, dobrar repetidamente sem falhar.
Para quê servem as tatuagens eletrônicas?
Os pesquisadores imaginam todo o tipo de aplicações médicas para tatuagens eletrônicas. Por exemplo, termômetros extremamente precisos que podem controlar pequenas oscilações na temperatura do corpo e disparar alarmes quando o nível estiver acima ou abaixo de um limite definido. Por serem tão finos e flexíveis, os termômetros poderiam ser usados por meses.
Dentro de alguns anos, é provável que uma única borracha barata seja colada ao ao peito de um paciente ou até mesmo no de um bebê recém-nascido para monitorar uma ampla gama de sinais vitais, incluindo frequência cardíaca, estado nutricional, temperatura corporal, hidratação e taxa de respiração.
É aí onde a maioria de nós irá encontrar tatuagens eletrônicas. Dar de cara com elas coladas em pacientes para monitorar os sinais vitais provavelmente se tornará algo comum na área da saúde.
Mas existem outras aplicações para essa ideia além da área médica.
O Google, por exemplo, possui patentes específicas para uma tatuagem eletrônica que funciona como um detector de mentiras. Há também uma tatuagem para garganta, que transmite sons do órgão para um smartphone ou outro dispositivo conectado. Essa ideia pode ser realmente útil se usada como um microfone para falar em um ambiente barulhento, por exemplo.
Outra empresa chamada Electrozyme faz tatuagens eletrônicas que parecem ter foco em desempenho atlético.
Elas podem medir os níveis de lactato, que mostram o nível de fadiga muscular e; também podem detectar valores de pH sobre a pele, que mostra os níveis de hidratação, além de outras métricas de valor para atletas.
Imagine toda uma equipe profissional de futebol vestindo esses apetrechos e uma equipe médica monitorando os sinais vitais para fazer recomendações ao treinador e evitar cansaço e lesões.
Tatuagens eletrônicos são os mais novos computadores vestíveis. Não há como dizer o que um pedaço de eletrônico preso ao seu corpo e conectados a um smartphone pode fazer, uma vez que os desenvolvedores de aplicativos se envolverem com o projeto.
A tecnologia irá iniciar com usos principalmente médicos e, em seguida, evoluir para uma capacidade no melhor estilo cyborg, fundindo a carne humana com sensores eletrônicos e de comunicação.
A verdadeira revolução é a eletrônica flexível
O fato surpreendente sobre as tatuagens eletrônicas é que elas são apenas um subproduto da revolução eletrônica flexível, que permitirá outras coisas boas.
Uma delas será a roupa inteligente. Serão calças, sapatos, camisas e jaquetas com computação vestível. O chefe do Google para Android, Sundar Pichai, usou recentemente o exemplo de uma “jaqueta inteligente” ao falar sobre as possibilidades do kit de desenvolvimento de software wearables que ele estava anunciando.
A eletrônica flexível permitirá a existência de dispositivos flexíveis – o primeiro grande exemplo é o smartphone curvo da LG, o Flex. Mas podemos esperar dispositivos comuns que, quando abertos, formam uma tela contínua em ambas as metades.
Haverá outros usos para eletrônica flexível, mas um dos maiores feitos será a tatuagem eletrônica. É uma ideia que estará entre nós em breve – e chegará para ficar.
Você ainda acha que está seguro?!
Fonte: IDGNow
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