As eleitoras e eleitores que escolheram as candidaturas disponíveis no primeiro turno das eleições deste ano estão de parabéns. É preciso superar a ideia de que votar em branco, nulo ou justificar o voto altera os rumos do país, pois, na realidade, a Justiça Eleitoral proclama os resultados baseada nos votos válidos, isto é, nos votos destinados às candidaturas homologadas.

Nessa perspectiva, alerto as eleitoras e eleitores do país sobre uma das candidaturas à Presidência da República que foi classificada ao segundo turno. Messias se proclama o defensor da moralidade pública e da família brasileira. Entretanto, diante da vigência da Emenda Constitucional do Teto de Gastos proposta pelo Temeroso, Messias possivelmente terá que revogar certos direitos sociais adquiridos com a Constituição de 1988, devido aos limites legais impostos no orçamento federal pela referida Emenda.

Por exemplo, o Sistema Único de Saúde é uma das conquistas da Constituição vigente. Até então, não havia consultórios odontológicos nas unidades de saúde dos bairros de Curitiba. Outro fato, quem tinha direito ao atendimento gratuito pelo sistema público de saúde, em meados do final do idolatrado Regime Militar, era a população que apresentava a carteirinha do INAMPS, ou seja, as pessoas que provavam contribuírem ao sistema previdenciário. Os demais deveriam ter plano de saúde, ou eram considerados indigentes e dependiam de instituições de caridade para receberem o atendimento médico.

Essa "indiferença aos indigentes" no orçamento público será o conceito que provavelmente retornará ao contexto nacional com a vitória de Messias, de modo que, com o passar do tempo, o Brasil poderá regressar aos níveis de miséria vividos no século XX, retornando, assim, aos patamares de desenvolvimento social similares aos dos países africanos.