Supondo-se a vigência da punição a quem alimentar os famintos desse município, a próxima etapa será instalar campos de concentração para abrigar os desfavorecidos?

Considerando-se a fama de Morolândia como uma cidade modelo de fim de mundo, talvez o Bozo tentará replicar essas mesmas propostas no restante do Brazilquistão.

Nas atuais circunstâncias pandêmicas, há os cemitérios e valas comuns como depósitos de defuntos, os hospitais e UPAS como depósitos de doentes à espera da morte – porque, após um ano de crise sanitária, os profissionais de saúde que ainda não ficaram inválidos provavelmente estão trabalhando sob efeito de medicação psicoativa; logo, é desumano cobrar eficiência desses trabalhadores.

E, pelo visto, Morolândia poderá ser pioneira em criar os depósitos de famintos – liberando a cidade para a circulação das pessoas consideradas “produtivas” pela aristocracia morolandense.

Por outro lado, talvez o município sentirá alguns efeitos adversos caso essas medidas fascistas realmente sejam implantadas. Pessoalmente, me sinto envergonhado pela institucionalização de propostas de caráter intolerante e sem nenhuma empatia com quem enfrenta graves problemas nesse momento crítico da história do país.