No meio de uma pandemia, na qual a prioridade deveria ser a preservação da saúde pública e milhares de brasileiros perdem a vida, se faz necessário defender a atuação do Supremo Tribunal Federal diante de grupos golpistas, os quais pretendem colocar o Bozo como o líder absoluto da nação.
O poder divino do governante foi característico até meados do século XVII, remontando-se ao Absolutismo, anterior ao ideário democrático que inspirou a Carta Magna de 1988.
Acreditar na ideia de um líder supremo, o qual deve ser obedecido cegamente, ao arrepio dos contrapesos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, colocará o país definitivamente no caminho do medievalismo e da predominância da ideologia do pensamento único. A consequência disso poderá ser a legitimação do Poder Público para a punição e eliminação dos divergentes.
É impressionante que, para esses movimentos golpistas, não foi suficiente a hegemonia nos Poderes Executivo e Legislativo. Para eles ainda se faz necessário abocanhar o Judiciário, possivelmente para operacionalizarem os mecanismos de repressão contra quem não segue a ideologia deles.
Diante da ampliação da oferta do Ensino Fundamental e Médio desde a Redemocratização do século passado, a qual deveria capacitar a sociedade a pensar criticamente, é lamentável observar que movimentos de inspiração absolutista e fascista possam protagonizar o noticiário nacional em pleno ano 2020. E que jovens atuem como lideranças desse tipo de iniciativas.