No contexto em que certas lideranças religiosas ligadas à extrema direita reivindicam a abertura dos templos, mesmo cientes de que a aglomeração de pessoas é um dos fatores predominantes para a contaminação e morte da população em decorrência do coronavírus, esses mesmos líderes poderiam atuar para tentar diminuir a contaminação virótica no país.

Uma iniciativa que poderia ser feita é pressionar todas as esferas de governo para a testagem frequente de toda a população nacional. Como o coronavírus pode levar cerca de quinze dias para se manifestar no organismo humano, essa ampla testagem pode separar os infectados e diminuir a propagação do vírus nos espaços de circulação de pessoas.

Além disso, diante da forte presença nas localidades povoadas, as organizações religiosas podem se articular para promoverem iniciativas de ação social com as pessoas enfermas e respectivas famílias. Por exemplo, em parceria com as secretarias de saúde, mutirões podem ser organizados para a fiscalização do cumprimento do isolamento social dos contaminados e familiares. Para as famílias em dificuldades financeiras, as igrejas podem doar alimentos, de forma que os doentes se mantenham em casa até o final do tratamento.

Se houver esse tipo de medida de testagem e garantia de isolamento dos contaminados a nível nacional, talvez os templos poderão ser reabertos em três meses e o país todo poderá começar a ensaiar algum princípio de saída do buraco negro no qual se encontra nessa pandemia.