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Everton de Andrade

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Atenção ao POG – Partido das Organizações Globo

12 de Dezembro de 2017, 19:54 , por Everton de Andrade - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Embora a maioria dos brasileiros rejeite os partidos políticos, é interessante notar a credibilidade que a população atribui às informações veiculadas pelas empresas de comunicação das Organizações Globo.

Exemplos disso foram as intensas participações nas manifestações de rua ocorridas após o resultado das eleições presidenciais de 2014, amplamente difundidas pelas redes de comunicação da família Marinho, e os surtos coletivos com a divulgação clandestina de uma ligação da Presidência da República no ano passado, a qual ocorreu inicialmente no principal programa de notícias da emissora carioca.

Por outro lado, me recordo que, desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, houve um grande esforço governamental para se ampliar o acesso da população ao ensino formal, de modo que ampliou-se a quantidade de estabelecimentos públicos ofertantes do ensino médio, bem como houve o aumento do número de alunos concluintes desse nível de ensino. Supunha-se que o aluno, ao terminar o ensino médio, teria a capacidade de analisar informações e de tomar decisões de modo racional e consequente.

Na prática, porém, há cerca de vinte anos, quando iniciei o ensino médio, observava a presença da “ideologia do faz de conta”: faz de conta que se ensina e faz de conta que se aprende.

Com a crise institucional surgida a partir de novembro de 2014, na derrota do candidato oposicionista à Presidência da República, pude notar mais claramente as consequências coletivas dessa “ideologia do faz de conta” na realidade brasileira, pela ausência de reflexão da maior parte dos brasileiros em relação às notícias veiculadas e pelas reações instintivas e quase animalescas dos populares, ao aceitarem o “marketing de guerra” difundido pelas empresas de comunicação contra a governante eleita.

Assim, observei o mesmo comportamento instintivo da população frente à reportagem do Jornal Nacional de 1989 sobre o desempenho de um candidato de esquerda, num debate promovido na véspera do segundo turno das eleições presidenciais daquele ano e, mais recentemente, na divulgação ilegal de um grampo telefônico da Presidência da República, em 2016.

Passados quase trinta anos da Constituição Federal da Nova República, e com o aumento do nível médio de escolaridade da população brasileira, eu imaginava que a maioria das pessoas desconfiaria das técnicas de guerrilha empregadas pelas empresas de comunicação, particularmente a Rede Globo, na divulgação de informações de cunho político com um nítido apelo a atacar certos alvos.

Diante desses fatos, alerto que o prosseguimento das medidas de redução de políticas públicas voltadas à área social e às parcelas mais vulneráveis economicamente da população poderá gerar efeitos diferentes dos divulgados pelos veículos de comunicação da família Marinho. Um deles tende a ser o aumento da violência e da criminalidade. Se, mesmo com as políticas públicas de cunho social adotadas de 2003 a 2016, a quantidade de homicídios anuais beirou os sessenta mil em âmbito nacional, a redução da ação governamental poderá ocasionar a elevação desse indicador de violência.

A partir do contexto acima, convido as brasileiras e brasileiros a analisarem melhor as notícias divulgadas pela Rede Globo e empresas similares. Do contrário, poderá prevalecer na gestão pública o interesse e a visão de empresários com perfil empreendedor para companhias de fundo de quintal, ao invés de se melhorar a qualidade de vida do povo.


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