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Everton de Andrade

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Paulo Forca e os pobres

25 de Janeiro de 2020, 12:06 , por Everton de Andrade - | No one following this article yet.
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Licenciado sob CC (by)

Na Suíça, dirigindo-se à plateia de pessoas bem-sucedidas e nações ricas, Paulo Forca mencionou que a culpa pelos problemas ambientais é dos pobres. Sendo mais objetivo, esse senhor malvadeza já encaminhou algumas “soluções” para acabar com esse grupo socioeconômico.

Exemplifico com as mudanças ocorridas em 2019, na aposentadoria por invalidez. Tenho um amigo do início dos anos 2000, ex-colega do Ensino Médio noturno, o qual tinha cerca de 33 anos de idade naquela época e optou por se casar e formar uma família ao concluir aquele nível de ensino.

Passados quase vinte anos, ele sustenta a esposa e mais cinco filhos, quatro crianças e um adolescente. Durante a maior parte da carreira, atuou como servente de pedreiro e auxiliar de produção; mais recentemente, migrou para a área de segurança, auferindo rendimentos acima do salário mínimo.

Todavia, ele faz tratamento contra a leucemia há cerca de quatro anos e, a qualquer momento, poderá ser obrigado a requerer a aposentadoria por invalidez, por causa das limitações impostas pela doença.

Devido às mudanças previdenciárias propostas pelo Paulo Forca, e considerando-se que que meu amigo contribuiu com a alíquota do salário mínimo na maior parte da carreira, é possível que ele, caso obtenha a aposentadoria, receba mensalmente apenas 60% do salário mínimo, ou seja, R$627,00 (seiscentos e vinte e sete reais).

Esse valor acima será o montante que ele terá para suprir as despesas mensais dele, em tratamento médico complexo, da esposa e dos cinco filhos.

Embora Paulo Forca ressalte que haverá a economia nas contas públicas de cerca de R$1 trilhão a partir das mudanças previdenciárias elaboradas, esse valor será pequeno diante dos elevados gastos do sistema público de saúde com tratamentos de depressão, desnutrição e outras doenças decorrentes dos baixos valores recebidos pelos segurados do INSS.

Inclusive é provável que muitos inválidos e idosos recebedores dos 60% do valor do salário mínimo tentem se suicidar, diante da sensação de impotência, humilhação e das altas demandas financeiras.

Assim, sob a justificativa de uma pretensa economia de gastos públicos, Paulo Forca está criando o colapso de milhares de famílias brasileiras, o qual gerará consequências psíquicas e sociais por muito tempo. Quem perdeu um ente querido vítima de suicídio sabe que isso é um trauma de difícil recuperação.

Desse modo, Paulo Forca demonstra o poder para solucionar o problema dos pobres, exterminando-os.

Portanto, quem está na faixa de renda da classe média baixa e da pobreza, ou possui entes queridos nessas faixas socioeconômicas, precisa reavaliar o apoio incondicional ao Bozo e ao Paulo Forca. Pois a guilhotina já está apontada para a cabeça dessas pessoas com menor poder aquisitivo, a partir da Reforma da Previdência em vigor.


Everton de Andrade