A indústria de casamentos pulsa no Brasil. Segundo dados do IBGE, são realizados mais de 1,2 milhão de matrimônios no país a cada ano. Essa indústria movimenta, anualmente, mais de R$ 16 bilhões. Organizar essas festas é uma tarefa que passa longe de ser simples. Durante os preparativos, surgem inúmeras dúvidas e perguntas. O nível de estresse vai às alturas!
A brasileira Mecasei.com recorreu à tecnologia para ajudar os noivos a manterem a calma e não fugirem (muito) de seus planos. A startup combinou serviços de processamento de linguagem natural com outros recursos cognitivos do Watson para criar a Meeka, uma assistente pessoal que auxilia as pessoas a organizaram essas cerimônias.
A partir da mineração de dados e da análise preditiva, o robozinho utiliza chat como canal de comunicação e sugere insights em quatro idiomas (português, inglês, espanhol e francês) a seus interlocutores. A máquina tem 80% de certeza nas respostas que fornece.
“Com a Meeka vamos até o smartphone dos casais para notificar e lembrar [os noivos] de todas as atividades importantes que precisam ser realizadas até o grande dia, tudo na hora certa”, explica Márcio Acorci, co-fundador do Mecasei.com.
O app é gratuito e está disponível para Android e iOS. Em dois meses, o sistema teve mais de dois mil downloads. Além disso, o robô recentemente foi integrado ao Facebook Messenger e ao Telegram. O plano é levar o bot a outros comunicadores, como o WhatsApp, por exemplo, assim que essas plataformas forem abertas.
Negócios
A utilização do Watson representou uma virada na trajetória da companhia criada em 2010. O supercomputador ajudou a empresa a aprimorar seu modelo de negócio, que anteriormente tinha a maior parte da sua receita vinda da assinatura dos planos no site e passou a ser de parceria com empresas, como fornecedores de listas de casamento, de eventos e cerimonialistas.
“Até outubro de 2015, vínhamos buscando diferenciais de mercado para criar um traço de inovação, mostrando que somos uma empresa de tecnologia que atua em mercado em nicho”, lembra o executivo.
Os sócios começaram a buscar alternativas e observar tendência de aplicação de inteligência artificial em rotinas de atendimento a pessoas. “Levantamos hipóteses sobre isso. A ideia inicial era ter uma Siri para o mercado de casamento”, cita Acorci.
Foi participando de um evento, que os empreendedores chegaram até executivos da IBM. Em conversas sobre a ideia, eles foram apresentados ao Bluemix, que contempla o Watson. A Meeka foi lançada em março. “A curva de aprendizado foi mais de estudo acadêmico do que de programação para que a ferramenta pudesse entregar o que era precisa”, cita.
Apesar dos altos níveis de sofisticação, a ferramenta ainda demanda apoio humano para algumas demandas que o computador ainda não é capaz de responder. Essas informações são guardadas em um painel e, com o tempo, ensinadas à máquina.
O caso da brasileira Mecasei.com virou referência para a IBM. Com a experiência adquirida no projeto, os empreendedores já avaliam a possibilidade de criarem uma empresa para fornecerem ao mercado serviços de integração de ferramentas do Watson para criação do mecanismos de inteligência artificial.
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