No apagar das luzes do dia 24 de maio de 2016, uma notícia pegou muita gente de surpresa. Na ocasião, a Hewlett-Packard Enterprise revelou que realizaria um spin-off de sua área de Enterprise Services (ES) e essa divisão seria “fundida” com a Computer Sciences Corporation.

Quando a transação foi anunciada, a subsidiária brasileira da CSC se apressou para enviar um comunicado para os principais clientes e prospects, conta Omar Rodrigues, gerente-geral da companhia para a América Latina. “A grande maioria deu uma resposta positiva”, diz.

Em entrevista exclusiva à Computerworld Brasil, o executivo pontua que, enquanto um time dedicado à fusão trabalha globalmente para conduzir as rotinas de aprovação e no mapeamento dos impactos da integração, a operação brasileira mantém o foco e segue as estratégias já traçadas.

“Nosso objetivo é entregar os resultados previstos para o ano, o que já representa um grande desafio”, cita o executivo. Com o mercado nacional passando por dificuldades, a ideia é crescer um pouco o faturamento registrado em 2016 e repor as perdas da inflação.

Para manter os números, a companhia que atua em projetos de implementação e sustentação de software de gestão (principalmente SAP), outsourcing e consultoria de TI pretende focar em fortalecer presença na base de clientes nas verticais de utilities, manufatura e seguros. Há planos, ainda, de gerar negócios nas indústrias de finanças e saúde.

Quando concluída, a fusão de HPE (ES) e CSC dará escala monstruosa a nova organização. A companhia que emerge do processo estará entre os três maiores provedores de serviços de TI do mundo, com presença em 70 países, uma carteira com mais de 5 mil clientes, 20 centros globais de entrega, com faturamento estimado em US$ 26 bilhões.

“Existe muita complementaridade. Eles têm essa abordagem mais de tecnologia enquanto nós focamos em aplicações por indústria”, comenta. Segundo o executivo, menos 15% dos 200 maiores clientes globais atendidos pela CSC estão também na carteira da HPE. No Brasil, a proporção é similar.

A expectativa é que a fusão esteja completa até o final de março de 2017. As empresas projetam que a sinergia entre as operações seja superior a US$ 1 bilhão. Enquanto isso, reforça Rodrigues, a ideia é seguir o que já foi planejado.