As fintechs, startups de tecnologias financeiras, avançam rapidamente na conquista de clientes. Na outra ponta, a maioria dos grandes bancos admitem não estarem preparados para lidar com essa ameaça. É o que revela um relatório da Capgemini.

A pesquisa identificou que quase dois terços dos clientes (63%) estão usando produtos ou serviços dessas empresas, estando mais propensos a indicar essas companhias (55%) do que seus bancos (38%) para amigos e familiares.

O percentual de consumidores utilizando produtos ou serviços de fintechs no Brasil chega a 74%, ficando acima da média global. Quase um terço dos clientes (26%) relacionam-se com três ou mais empresas deste perfil, sendo que 44% revelaram ter relacionamento com somente uma.

Com uma penetração maior nos mercados emergentes e entre os mais jovens, essas startups ganham popularidade graças à percepção de que são mais fáceis de usar (82%), oferecem serviços mais rápidos (81%) e garantem uma boa experiência para o usuário (80%).

Segundo a pesquisa, os bancos subestimam o valor desses serviços, uma vez que apenas 36% concordam que as fintechs oferecem um serviço mais rápido (uma diferença de 45 pontos percentuais) e apenas 40% concordam que elas oferecem uma boa experiência  (uma diferença de 40 pontos percentuais). 

Concorrente ou aliada?

Aproximadamente dois terços dos executivos do setor bancário entrevistados acreditam que precisam encarar as finTechs como parceiras e que as estratégias de desenvolvimento dos bancos devam ser voltadas à colaboração (46%) e ao investimento (44%). Menos de um quinto (18%) diz que planeja adquirir empresas de tecnologia financeira ou suas soluções.  

O relatório sugere que aproveitar as forças complementares das duas partes pode ajudar na criação de uma experiência financeira centralizada e mais sólida para os clientes.

De um lado, as fintechs saem na frente em termos de agilidade, inovação e exploração de novas tecnologias; em contrapartida, os bancos oferecem capital, uma base de clientes mais sólida e experiência para lidar com os órgãos reguladores.

De acordo com o estudo, os bancos precisam “pensar grande” para atender às crescentes demandas dos clientes na era digital. A renovação dos sistemas centrais e o desenvolvimento de softwares baseados em APIs serão prioridades.