"A evolução da fotografia influencia nossa apreensão da realidade"
Um Panorama da Fotografia Aplicada: Rubens Fernandes Junior é pesquisador, curador e doutor em Semiótica, dotado de um conhecimento enciclopédico sobre a evolução do papel na fotografia no mundo impresso do século XIX e XX. Em sua palestra, o estudioso fez o que chamou de “relatos prismáticos” sobre o processo da comunicação e a importância de possuir um bom repertório de signos visuais e verbais para uma boa comunicação. A delicada tarefa do fotojornalista e o erro de paralaxe: o fotógrafo vê uma coisa, a câmera registra outra e o espectador vê ainda uma terceira coisa, a partir de seu repertório, sob a influência de ruídos, bloqueios e filtros inerentes ao processo da comunicação.
Rubens afirma que as tecnologias de comunicação e transporte alteram nossa percepção da realidade. E fez um breve apanhado de eventos na linha do tempo desse processo de evolução da tecnologia e do papel da fotografia em nossa sociedade. Vale ressaltar, dentre todos esses fatos, a marcante vinda de Jean Manzon para o Brasil que provoca mudanças no fotojornalismo brasileiro na década de 50, com as suas poses assumidas, iluminação e direção cênica das suas fotografias. Rubens finaliza sua fala com o alerta: “O analfabeto do futuro é aquele que não conhece as linguagens de programação.”
LINHA DO TEMPO
1472: Gutemberg é conhecido como criador da tipografia
1835: Criação do código morse e do telégrafo
1850: Início das revistas e almanaques ilustrados
1857: Boudelaire cunha o termo modernidade
1900 a 1920: Era d´Ouro da Cartofilia – ascensão dos cartões postais
1906: Estadão traz pela primeira vez imagens impressas
1950: Surge o prêmio Esso de Fotojornalismo
1960: Volta de Bea Fetler ao Brasil
1970: União Fotografia + Arte gráfica: “Fotos Lisergicas”
Hoje, as revistas Cult, Piauí e Bravo são os símbolos mais recentes da resistência de um fotojornalismo diferenciado, mais próximas do que a visionária Bea Feitler acreditava ser uma boa revista.
“Uma revista deve fluir. Ela deve ter ritmo. Você não pode olhar para uma página sozinha, você tem que visualizar o que vem antes e depois. Design editorial bom é tudo sobre como criar um fluxo harmônico.”