Com informações de Diego Pautasso no Twitter e Paulo Gala em seu Blog
Os EUA se vêem diante de impasses feito de hostilidade que eles próprios escala com a China. O caso do mercado de aviação é emblemático: a Boeing depende do mercado da China, o maior do mundo, enquanto o avião chinês Comac C919 acelera seu desenvolvimento. Vejamos.
Embora a Boeing cobice os 20% do mercado mundial de aviação representado pela China, a Airbus aproveitou o vácuo deixado pelos estadunidenses fruto da deterioração das relações bilaterais. A política de Washington tem causado dificuldades a muitas empresas dos EUA.
Paralelamente, a China financiou pesadamente a estatal Comac a desenvolver seu avião concorrente, o C919. Mesmo que utilize muitas partes de empresas ocidentais, é um grande passo para romper o duopólio ocidental de um mercado absolutamente estratégico. A empresa estatal aeroespacial, a China Commercial Aircraft – Comac – foi fundada em 2008, na cidade de Xangai . Com investimento inicial de U$S 2,7 bilhões do governo chinês, o governo central é o principal acionista, juntamente, com o governo de Xangai. O ambicioso projeto pessoal de Xi Jinping quer enfrentar o duopólio da aviação mundial: Airbus e Boeing.
Notícia recente deu conta que a empresa chinesa já tem mais de 1000 aviões encomendados. Sabemos da força do mercado doméstico de aviação chinês e o fato que as empresas operadoras de vôos são principalmente públicas.
Isso significa que o Estado chinês vai mobilizar toda sua força em encomendas governamentais para dar escala e competitividade. Tudo isso em meio ao salto tecnológico que o país vem passando. Não é difícil de prever que logo os chineses estarão disputando esse mercado global.
Essa dinâmica doméstica se entrelaça à inserção internacional da China. E a BRI e seus mecanismos de financiamento tendem a pavimentar a exportação das aeronaves e potencializar a expansão da Comac. E, de novo, a política de Washington vai precipitar o desenvolvimento chinês.