Por Fernando Rosa
Em 19 de julho deste ano, publicamos artigo sob o título “A opção de perder para a segunda divisão“, em que alertávamos para a necessidade de identificar o inimigo real no golpe em curso. “Ou avança-se para identificar o verdadeiro inimigo da Nação, e organizar o leque de alianças necessário para derrotá-lo, ou vamos acabar perdendo para a segunda divisão”, escrevemos. Pois, naquele momento, perdemos o jogo para Cunha e sua tropa, apostando no Congresso Nacional e na isenção do STF.
Diante dos fatos recentes, é preciso reagir com despreendimento para evitar uma nova derrota, desta vez para os “veteranos”, representados por Fernando Henrique Cardoso. O segundo tempo do golpe entrou em regime de urgência, com ataque do PSDB e da Rede Globo ao PMDB, o que transformou Michel Temer em presa ferida de morte e FHC em “presidenciável”. Tudo se encaminha para a cassação de Temer no início de 2017, eleições indiretas para presidente, adiamento das eleições de 2018 e ampliação do mandato presidencial.
A derrota da Hillary Clinton acelerou o passo do comando maior golpista que aposta em tomar o poder, ou pelo menos criar as condições para tal, antes da posse de Donald Trump, em meados de janeiro. A “gangue supranacional” do sistema financeiro e toda sorte de espoliadores exige o controle total do país, de suas empresas estratégicas, bancos públicos e do Orçamento da União. A aliança PSDB, Operação Lava Jato e STF já postou-se no front interno das operações para aprofundar e consolidar o golpe.
Nesta semana, os advogados de Lula, nas audiências no “Enclave de Curitiba”, e o deputado Paulo Pimenta, do PT-RS, no Congresso Nacional, corajosamente denunciaram o “colaboracionismo” lesa-Pátria da Operação Lava Jato. É preciso, portanto, avançar a disputa política para além do calendário eleitoral, alertando o povo para o processo de destruição do Estado brasileiro. É mais do que a democracia que está sendo atacada, é a própria existência da Nação, sua economia, sua capacidade de defesa, sua identidade.
Em manifestação recente, Lula apontou para a construção de um “movimento” que unifique pessoas que pensem diferente, em torno de propostas em comum para o país. Uma ampla Frente Nacional, reunindo democratas, nacionalistas, civis e militares, com base em um Projeto de Nação estratégico, que contemple a industrialização, a defesa do mercado interno e a geração de empregos. É isso, ou a bandeira da defesa do Brasil seguirá nas indevidas e usurpadoras mãos dos golpistas, “silvérios dos reis” e fascistas.