Em reunião sem consenso na Granpal (Associação dos Municípios da Grande Porto Alegre, duas vozes se apresentam dissonantes
Numa região como a Grande Porto Alegre, onde uma cidade esta colada na outra, decisões como esta não podem ser isoladas em uma ou outra cidade, por que muitos moram em uma cidade e tem que ir trabalhar em outra e vice versa. Por isto foi criada a GRANPAL. E diante da gravidade da situação, com pessoas morrendo por que já não há mais leitos nos hospitais, não dá pra ficar falando só em “abrir a economia”. Estão de parabéns os Prefeitos que pensaram mais na vida do povo do que o Prefeito de Porto Alegre, que prefere seguir as orientações de Bolsonaro, distribuindo “Kits Cloroquina”.
A reunião de prefeitos da Granpal hoje pela manhã, que contou com a participação também dos prefeitos de São Leopoldo, Ary Vanazzi e de Novo Hamburgo, Fátima Daudt, dois municípios da região 7 de distanciamento controlado do Estado, terminou sem consenso quanto à adoção de lockdown e suspensão da cogestão.
Basicamente, houve duas vozes dissonantes e completamente opostas: o prefeito Vanazzi defendendo lockdown por 7 dias e que o governador Eduardo Leite assuma o protagonismo do combate à crise sem precedentes vivida neste momento e o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, que continua na tecla de que tudo deve ficar aberto e que aumento de leitos resolveria a situação.
Vanazzi sustenta que um lockdown de sete dias aliviaria a situação calamitosa dos hospitais e não “quebraria a economia”, defendendo a vida em primeiro lugar. Melo chegou a anunciar que o Grupo Hospitalar Conceição, instituição federal de saúde, poderia ser utilizado apenas para atendimento de covid. Não explicou, no entanto, o que aconteceria com pacientes de outras comorbidades, graves inclusive, como infarto, AVC, câncer, doenças renais, entre outras, que são atendidas no GHC como referência para todo o Estado.
Os relatos de todos os prefeitos presentes foram bastante assustadores. Quase a totalidade dos Municípios alegou estar em colapso ou à beira dele. Sapucaia e Esteio, cujos prefeitos defenderam continuar na cogestao e não adotar a bandeira preta, foram na contramão nas primeiras falas. Os demais, concordam com adoção de medidas bem mais restritivas, embora ainda defendam a cogestão. Nova Santa Rita, Eldorado e Gravataí apoiaram o lockdown.
Resultado a ser levado ao governador: sem consenso, sem proposta unificada e no máximo, como uma posição conjunta, um fechamento total das 18h às 6h e cada um dos Municípios se organizarem como quiserem para enfrentar a pandemia neste quadro caótico.
“Eu discordo totalmente da posição do Sebastião Melo, acredito que a decisão dele vai colocar toda a região em situação mais dramática e sigo defendendo o lockdown e o fim da cogestão. É o governo do Estado que precisa agir, determinar, fiscalizar e ainda buscar, com urgência, as vacinas, única luz que poderíamos vislumbrar neste momento”, diz Vanazzi.
Com informações da Assessoria de Imprensa da Prefeitura de São Leopoldo