Em E manchado de sangue terás que crescer, Christopher Goulart convida o leitor a mergulhar em um relato profundo, sensível e politicamente engajado de sua trajetória pessoal e familiar. Neto do ex-presidente João Goulart, o autor retoma a história de sua família com a coragem de quem transforma feridas em força e silêncio em narrativa.

“…o autor conta a sua vida e a da sua família no desterro uruguaio, entre saudades, luxos, expectativas, planos, desesperanças, apostas, visitas ilustres, fazendas e festas. O relato de Christopher marca um lado luminoso e outro sombrio” escreve o Jornalista Juremir Machado em sua Coluna na Matinal.

A obra ganha contornos ainda mais potentes ao surgir a partir do Inquérito Civil Público sobre a morte de seu avô, reacendendo questionamentos históricos, afetivos e existenciais. O livro não é apenas um memorial do passado: é uma declaração de identidade e propósito. Com uma escrita honesta e crítica, Christopher reconstrói sua história sem disfarces, evidenciando as marcas do exílio e os desafios de crescer sob o peso de um sobrenome historicamente carregado.

Há também uma bela intersecção entre o íntimo e o político. A citação de T. S. Eliot no início da obra — “Numa terra de fugitivos, aquele que anda na direção contrária parece estar fugindo” — serve como espelho da própria jornada do autor, que escolhe caminhar contra a corrente da omissão histórica.

Com 416 páginas, o livro é uma mescla de memória, denúncia e reflexão — um testemunho impactante sobre identidade, justiça e legado. Não é exagero dizer que esta é uma obra que ultrapassa a biografia: é um manifesto por verdade e pertença.

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