Reproduzo na íntegra a Carta do Edinho Silva, Candidato a Presidente do Partido dos Trabalhadores.
Companheiras e companheiros,
Nosso Partido dos Trabalhadores atravessa um momento de grande desafio e responsabilidade. O Brasil precisa de nós, e nossa militância tem um papel fundamental na construção do futuro. Esta carta é um chamado para reafirmarmos nossos compromissos históricos, que passam pela defesa do governo do presidente Lula, do legado dos governos Lula e Dilma, e pela projeção do PT para a próxima década, visando à disputa de rumos do Brasil. Queremos um partido forte, mobilizado, capaz de enfrentar os desafios políticos e sociais de nosso tempo. Um partido capaz de derrotar o fascismo e de garantir a democracia no Brasil.
- OS DESAFIOS DA ATUALIDADE
Vivemos tempos de intensas transformações globais e nacionais. A extrema-direita e o fascismo avançam, explorando a desesperança de setores populares enquanto nosso governo se empenha para reconstruir o Brasil, superar o legado destrutivo do bolsonarismo e garantir avanços sociais para o povo trabalhador. Nosso maior desafio imediato é garantir a reeleição do presidente Lula em 2026, o que depende da nossa capacidade política e de gestão, garantindo o êxito do nosso governo. Essa não será uma tarefa simples, pois enfrentaremos uma oposição radicalizada, apoiada pelo fascismo, que se organiza de maneira global, articulada e sustentada por interesses econômicos poderosos.
Para isso, precisamos de um PT renovado e atuante, que saiba dialogar com as novas dinâmicas do mundo do trabalho, que fortaleça suas bases populares, combata a violência de gênero, raça, classe, a discriminação LGBTQIAPN+, que dialogue com as juventudes dentro de toda a sua complexidade e que compreenda as mutações nas formas de comunicação e mobilização política. Precisamos de um partido que seja o motor da luta política, não apenas um apoiador do governo, mas um agente ativo na construção da governabilidade popular.
- NOSSA HISTÓRIA E NOSSO LEGADO
O PT nasceu das lutas do povo brasileiro e foi protagonista das mais importantes transformações do país. Organizou a classe trabalhadora, levou o operariado ao centro
da política nacional e foi responsável pelos maiores avanços sociais da história republicana. Construímos um país mais justo com nossos governos, promovemos a inclusão social, combatemos a fome, investimos em educação, saúde e moradia popular. O PT criou um “modo petista de governar” que inspirou governos estaduais e municipais por todo o Brasil.
Contudo, ao longo desse caminho, também enfrentamos desafios internos e contradições. Nosso crescimento levou à institucionalização do partido, o que tem sido fundamental para a disputa de hegemonia na sociedade. Mas é verdade também que ocorreu o distanciamento das nossas bases. Precisamos reconhecer que a hegemonia conquistada nas urnas e nos espaços institucionais não se traduziu, na mesma intensidade, em uma hegemonia cultural e política duradoura na sociedade. A ofensiva neoliberal e a extrema-direita ocuparam territórios políticos e simbólicos que já foram nossos. Precisamos retomar esses espaços. Não podemos deixar de denunciar a repressão judiciária contra nosso partido, suas lideranças e a verdadeira segregação social a que fomos submetidos com risco até da perda de nosso registro.
- O QUE FAZER: PROPOSTAS PARA A PRÓXIMA DÉCADA
Para garantir o futuro do PT e de nosso projeto político, precisamos de um partido renovado e mais conectado com as bases populares. Algumas diretrizes são essenciais para nossa reconstrução:
Reorganizar o PT nas bases populares:
Precisamos retomar o trabalho de base com uma presença constante nas periferias, nos sindicatos, nas comunidades rurais e nos territórios indígenas. Isso inclui fortalecer nossos núcleos de vivência e luta, ampliando nossa atuação nos territórios e organizando a militância para atuar de forma permanente, não apenas em períodos eleitorais. O partido tem que fazer de sua sede um espaço de convivência, solidariedade e luta política social, uma referência para os que vivem e lutam nas nossas cidades e bairros.
Atualizar nossa estrutura partidária:
O PT precisa se modernizar. A tecnologia transformou a política e a comunicação. Precisamos estar preparados para disputar consciências e corações também no mundo digital. Nossos setoriais devem ser fortalecidos e conectados com as novas realidades do mundo do trabalho e da sociedade. A prioridade para o digital não pode significar o nosso afastamento do trabalho de educação popular, pelo contrário, deve ser um meio de alcançar milhões de militantes e filiados.
Formar e politizar a nossa militância:
A formação política deve ser retomada como eixo central do partido. Precisamos preparar novas lideranças, promover um amplo programa de educação política e garantir que nossa militância tenha clareza sobre o projeto que estamos construindo de maneira coletiva.
Fortalecer a comunicação e a disputa ideológica:
O PT deve investir na comunicação popular, na produção de conteúdo para as redes sociais e em mídias alternativas. Precisamos disputar a comunicação social, dialogar com diferentes setores da sociedade e combater as Fake News, a desinformação e o discurso de ódio da extrema-direita. A verdade tem que prevalecer para que a democracia vença.
Aprofundar nossa inserção no mundo do trabalho:
O modelo produtivo está mudando, precisamos compreender e atuar nas novas dinâmicas do trabalho. O PT deve estar presente nas lutas dos trabalhadores precarizados, dos entregadores e motoristas de aplicativo, dos trabalhadores informais e dos setores que estão sendo explorados pela financeirização da economia, assim como nas lutas das micro e pequenas empresas dos empreendedores. É fundamental que a economia criativa e solidária tenha centralidade na nossa atuação e organização política.
Construir um programa estratégico para o Brasil:
Nossa próxima década precisa estar voltada para um projeto de desenvolvimento nacional, baseado na reindustrialização, na transição ecológica, no fortalecimento dos direitos trabalhistas, no incentivo ao cooperativismo como instrumento de organização das novas profissões e na consolidação de um Estado de bem-estar social robusto.
Precisamos aprofundar a participação das mulheres, que exercem um forte protagonismo na proposição de direitos sociais e políticos, impulsionando avanços em prol da igualdade de direitos no país. Fortalecer a luta da população LBGTQIAPN+ por mais direitos e participação na política. Devemos também fortalecer a luta antirracista com um conjunto de ações que promovam a igualdade e a justiça. É preciso também dialogar com as juventudes no sentido de construir bases para atender seus anseios do presente e prepará-los para o futuro.
Preparar o partido para as próximas eleições:
Precisamos construir alianças políticas amplas, mas mantendo nossa identidade e protagonismo. O PT deve ser a espinha dorsal do campo democrático e popular. Para isso, devemos eleger bancadas fortes nas Assembleias Legislativas, Câmara dos
Deputados e Senado, recuperar espaços nos governos estaduais e garantir que Lula seja reeleito em 2026. O momento político mundial e a atuação do presidente Donald Trump indicam que devemos colocar a soberania nacional e a democracia como centros da nossa política de alianças para que ela seja capaz de derrotar a extrema direita e construir uma base parlamentar que nos permita avançar nas reformas estruturais que viabilizem um projeto de desenvolvimento nacional.
O Partido dos Trabalhadores é um instrumento histórico de transformação social. Ele precisa estar preparado para os desafios do presente e do futuro. Chamamos todas as filiadas e todos os filiados a se somarem a esse processo de reflexão e reconstrução, com o objetivo de fortalecer nossa luta e garantir que nosso partido continue a ser o grande instrumento de mudança do povo brasileiro. A participação dos filiados e filiadas no PED será a condição para garantir apoio para as mudanças na organização partidária e na luta política social rumo a 2026.
Sigamos juntos, com coragem e determinação, para construirmos um PT ainda mais forte, combativo e conectado com as aspirações do nosso povo.
Saudações petistas,
Edinho Silva
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