Nesta sexta-feira, encerra-se o período estabelecido pela Justiça Eleitoral para a formação das executivas municipais, um passo essencial para a confirmação das candidaturas às prefeituras nas eleições de 2024.
No entanto, a indefinição permeia diversos partidos políticos, gerando um cenário de incerteza que vai além deste pleito e já se projeta para as eleições estaduais de 2026.
Um exemplo claro dessa indecisão é a Federação PSDB-Cidadania. Apesar das pesquisas indicarem que Any Ortiz seria a candidata mais viável, a definição ainda não ocorreu.
Esta situação não é exclusiva desta Federação, como também pode ser observada no MDB. Em Caxias do Sul, o partido inicialmente parecia não ter candidato próprio, mas agora a tendência é que lance um nome na disputa.
Esta cidade, berço político de figuras como José Sartori, Germano Rigotto e Pedro Simon, é estratégica para os emedebistas.
As eleições de 2026 exercem grande influência nas decisões atuais.
Com a impossibilidade de Eduardo Leite se candidatar à reeleição, o PSDB aposta em Paula Mascarenhas como sucessora natural de Leite, desde que ela consiga se reeleger em Pelotas.
Além disso, o governador demonstrou recentemente apoio a Nelson Marchezan, ex-prefeito de Porto Alegre, para ser candidato a prefeito da cidade.
Uma eventual derrota de Marchezan na eleição municipal poderia resultar em uma aliança com Gabriel Souza, com Nelson Marchezan possivelmente assumindo a vice-candidatura na chapa para o governo do estado.
Outro ponto de destaque é o MDB, que vê a necessidade de ter um candidato próprio ao governo estadual para manter sua relevância política, especialmente no Rio Grande do Sul. Em nível nacional, o partido enfrenta um desafio adicional: a ascensão do PSD de Gilberto Kassab, que tem engolido o espaço do MDB.
Diante da má gestão da calamidade climática, a candidatura de Sebastião Melo parece estar perdendo força. Ainda não está claro se esse enfraquecimento beneficiará Rosário ou se Melo conseguirá se manter competitivo na disputa. Nos bastidores, a movimentação é intensa, com cada partido buscando sua melhor estratégia para garantir espaço nas eleições municipais e fortalecer suas bases para 2026.
Enquanto isso, o cenário nacional também apresenta suas peculiaridades. O presidente Lula direciona suas atenções para o Nordeste, onde mantém um eleitorado fiel e expressivo.
Por outro lado, o Sul e o Sudeste necessitam de um reagrupamento político, com a esquerda, o centro e a direita precisando redefinir suas estratégias para continuar competitivos.
A cláusula de barreira, que será ainda mais rigorosa nas próximas eleições, coloca em risco a existência dos chamados partidos nanicos.
Com um cenário político em constante mutação, o resultado das eleições de 2024 certamente trará um novo desenho para a arena política nacional e estadual.
Alexandre Cruz é Jornalista Político
