Do Portal IMPRENSA

Correspondentes em Gaza da rede árabe Al Jazeera, com sede no Catar, o repórter Ismail Al-Ghoul e o cinegrafista Rami Al-Rifi foram mortos hoje em um ataque aéreo israelense enquanto faziam uma entrada ao vivo no campo de refugiados de Al Shati, que fica perto da casa do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, que foi assassinado na capital iraniana, Teerã, esta madrugada.

Morto em ataque aéreo, meses atrás Ismail Al-Ghoul havia sido detido e torturado por forças israelenses

Os dois profissionais de imprensa somam-se a uma longa lista de jornalistas mortos por forças israelenses desde outubro último, quando o Hamas atacou alvos civis em Israel. Segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), 111 jornalistas e profissionais de comunicação foram mortos na cobertura da atual fase do conflito. 

Até jornalistas veteranos da Al Jazeera, como Shireen Abu Akleh, Samer Abu Daqqa e Hamza Dahdouh, foram mortos por israelenses. Israel também bombardeou o escritório em Gaza da Al Jazeera.

Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu classifica de forma recorrente a Al Jazeera como um emissora “terrorista”. O posicionamento editorial da empresa é abertamente crítico a Israel.

Em março último, o parlamento de Israel aprovou uma lei que permite suspender as operações no país da rede árabe. 

A medida recebeu apoio de 71 legisladores, enquanto 10 se opuseram, e foi justificada sob o argumento de que o grupo de comunicação é uma ameaça à segurança israelense e participou ativamente dos ataques do Hamas em outubro. 

Reféns israelenses

A medida chegou a ser criticada por autoridades e entidades representativas de jornalistas. Jodie Ginsberg, CEO do CPJ, afirmou que Israel vem frequentemente chamando pofissionais de imprensa de terroristas.

Também em março, a Al Jazeera denunciou as forças israelenses por prender e espancar o próprio Ismail al-Ghoul. O episódio teria ocorrido no Hospital al-Shifa, um dos maiores do território palestino, onde al-Ghoul estava com outros repórteres para cobrir ataques do exército israelense.

Alegando que membros do Hamas usam os hospitais de Gaza para se refugiar, as forças israelenses fizeram recorrentes operações militares nestes locais.  

Mais recentemente, em junho, a rede televisiva foi acusada de empregar Abdallah Aljamal, jornalista que teria mantido em cativeiro reféns israelenses resgatados em Gaza.

Em nota, a emissora disse que a acusação representa a continuação do processo de calúnia e desinformação que visa prejudicar sua reputação, profissionalismo e independência. Ainda de acordo com a publicação, Aljamal nunca trabalhou para a Al Jazeera, tendo apenas contribuído para um artigo de opinião publicado em 2019.

Nas redes sociais, porém, diversos perfis sionistas apontaram que o site da emissora apresentava Aljamal como “um repórter e fotojornalista baseado em Gaza