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Moro que condenou Lula sem provas vai fazer o que com as provas contra os Bolsonaro?

Gennaio 20, 2019 9:53 , by Luíz Müller Blog - | No one following this article yet.
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“O episódio vai fazer sombra mais na reputação de Moro do que na de seu chefe, o pai de Flávio” diz o jornalista Reinaldo Azevedo, golpista de carteirinha. Pois então. Segue artigo do Reinaldo Azevedo:

moro

A nota emitida pelo Ministério Público do Rio (ver post anterior) já permitia entrever que algo acontecia nos bastidores em relação a Flávio Bolsonaro, senador diplomado. Aquele relatório original do Coaf, que trazia a movimentação estranha de Fabricio Queiroz e outros funcionários da Assembleia Legislativa, não resultou em procedimentos de investigação criminal de parlamentares. Mas, a partir dele, o MP pediu informações adicionais ao Coaf, inclusive sobre a conta de Flávio. E é por isso que o político diz que teve seu sigilo quebrado. Eis uma velha questão: o repasse de dados do Coaf a órgãos de investigação não é considerado quebra de sigilo.

Bem, o “Jornal Nacional” teve acesso a parte do relatório do Coaf sobre a conta de Flávio. A coisa é assombrosa. Entre junho e julho de 2017, o filho de Bolsonaro recebeu, em dinheiro vivo, a bolada de R$ 96 mil. Reitere-se: em dinheiro vivo!

Mais estranho: foram feitos 48 depósitos em cinco datas. Todos em dinheiro, no valor de R$ 2 mil, assim distribuídos:

9 de junho de 2017: 10 depósitos no intervalo de 5 minutos, entre 11h02 e 11h07;
15 de junho de 2017: mais 5 depósitos, feitos em 2 minutos, das 16h58 às 17h;
27 de junho de 2017: outros 10 depósitos, em 3 minutos, das 12h21 às 12h24;
28 de junho de 2017: mais 8 depósitos, em 4 minutos, entre 10h52 e 10h56;
13 de julho de 2017: 15 depósitos, em 6 minutos.

Em casos assim, não é possível identificar o autor dos depósitos porque a identificação não é necessária.

Todos os depósitos foram feitos na agência bancária que fica na Assembleia Legislativa.

Um dado chama a atenção: 15 depósitos em 6 minutos — ou 360 segundos —, como aconteceu no dia 13 de junho de 2017, implica um depósito a cada 24 segundos; no dia 27 de junho, um a cada 18 segundos; n dia 9 de junho, um a cada 30 segundos.

Certamente se utilizou o caixa eletrônico. E, é bem provável, mesmo os depósitos em série foram feitos por mais de uma pessoa.

Só para lembrar o modus operandi. Lembram-se da conta de Fabrício Queiroz? Ela era alimentada, em parte, por dinheiro oriundo da conta dos funcionários do gabinete de Flávio. Os depósitos eram feitos imediatamente após o pagamento, pela Assembleia Legislativa, de seus respectivos salários. Na sequência, Fabrício fazia saques em dinheiro. A situação de Flávio estava ruim. Agora, é moralmente desesperadora. Nesta sexta, antes de o Jornal Nacional ir ao ar, ele recebeu a solidariedade do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que destacou ser ele um rapaz muito valoroso.

Os Bolsonaros parecem se esquecer de que há um ex-presidente da República, o mais popular da história, na cadeia. Na cadeia estão dois ex-governadores do Rio. Os que mandaram esses figurões para xilindró — e não vou agora entrar no mérito das sentenças — pertencem hoje ao campo ideológico do bolsonarismo.

Este é o governo que tem como ministro da Justiça ninguém menos do que Sérgio Moro, o paladino da luta contra a corrupção.

Mesmo que esse imbróglio todo vá para baixo do tapete — e tenho certa curiosidade de saber como o Ministério Público agasalharia esse ônus sem se desmoralizar —, o episódio vai fazer sombra mais na reputação de Moro do que na de seu chefe, o pai de Flávio.

Voltei em outro post para fazer uma indagação, em benefício do governo Bolsonaro: não seria melhor Flávio renunciar antes mesmo de assumir?


Source: https://luizmuller.com/2019/01/19/moro-que-condenou-lula-sem-provas-vai-fazer-o-que-com-as-provas-contra-os-bolsonaro/

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