Do ONZE DE MAIO:
Dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da Bolívia confirmam que as mulheres alcançaram um recorde histórico no Senado, no domingo (18), aproximando-se à igualdade na Câmara dos Deputados.
A política de “paridade e alternância” implementada pelo Movimento Ao Socialismo – Instrumento Político pela Soberania dos Povos (MAS-IPSP) coloca o país andino no pódio da representação feminina no parlamento, com 20 das 36 cadeiras do Senado (56%) e 62 das 130 da Câmara Baixa (48%).
“Por trás destes números está a valorização das mulheres e dos povos indígenas, da pollera (saia camponesa) e da whipala (bandeira andina que expressa a alegria e o sonho), do combate à discriminação”, declarou Ruth Londram, da executiva da Associação de Mulheres Indígenas Originárias de Colcapirhua “Bartolina Sisa”.
Na avaliação de Londram, ao valorizarem a imagem da heroína indígena aimará, companheira de Túpac Katari assassinada pelos conquistadores espanhóis, “as Bartolinas apontam o caminho da libertação da Pátria a partir da superação individual e coletiva”. “É a organização enquanto movimento popular que nos permite ir além, pois temos consciência dos nossos direitos e não somos mais tratadas de forma insignificante. Muito diferente foi o período do golpe de Jeanine Áñez, quando retornaram os maus tratos, o preconceito e o racismo”, condenou.
E foi a maior organização e a crescente participação de entidades próprias femininas e dos movimentos sociais que conseguiu elevar o tom e também potencializar a ação político-partidária, com resultados positivos crescentes na luta pela construção de escolas, hospitais e moradias para as famílias que mais necessitavam, frisou Londram.