Em trecho de um livro, pontífice diz que é preciso analisar se guerra se enquadra na definição técnica indicada por juristas. Esta é a primeira vez que o papa pede investigação
O papa Francisco mencionou pela primeira vez acusações de que haveria um “genocídio” na Faixa de Gaza e pediu uma investigação a respeito, em um livro a ser publicado e do qual trechos foram divulgados neste domingo (17).
“De acordo com alguns especialistas, o que está acontecendo em Gaza tem as características de um genocídio. Devemos investigar cuidadosamente para determinar se isso se encaixa na definição técnica formulada por juristas e organismos internacionais”, disse o papa em trechos do livro publicados pelo jornal italiano “La Stampa”.
A declaração foi divulgada no mesmo dia em que um ataque de Israel a um prédio de Beirute, capital do Líbano, matou Mohammad Afif, chefe da mídia do Hezbollah, segundo a agência de notícias Reuters.
De acordo com o jornal italiano, o livro com as declarações do Papa Francisco deve ser publicado em breve com o título “A esperança nunca decepciona”, que será lançado na terça (19) na Itália, Espanha e América do Sul, e que os jornais La Stampa e El País publicaram neste domingo.
O papa frequentemente relembra o extermínio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial, o “genocídio” dos armênios sob o Império Otomano, os tutsis em Ruanda e os cristãos no Oriente Médio.
Francisco também lamenta as vítimas civis em Gaza, mas esta é a primeira vez que usa publicamente o termo genocídio no contexto das operações militares israelenses no território palestino.