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Roubos na Educação, desvios no DMAE e agora um mega Rombo na Saúde: é o “trabalho” do Melo acontecendo?

3 de Outubro de 2024, 11:00 , por Luíz Müller Blog - | No one following this article yet.
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Deixa o Melo trabalhar: Mas que tipo de trabalho é este, que literalmente afundou Porto Alegre nas águas das enchentes e de uma corrupção jamais vista em outros tempos da Capital de Todos os Gaúchos e Gaúchas?

Governo Melo renovou contrato de terceirização da instituição para Associação Hospitalar Vila Nova mesmo após pareceres contrários de técnicos e alertas do Conselho Municipal de Saúde

Depois da roubalheira na Educação que rendeu até a Prisão de Secretários de Melo, do Desvio de Dinheiro no DMAE, agora aparece um Rombo de R$ 173 milhões em um Hospital Público de Porto Alegre, cuja gestão foi privatizada e o Contrato renovado por Melo, apesar de Pareceres Técnicos contrários A Renovação.

Hospital da Restinga vira alvo de inquérito da Polícia Federal por suspeita de rombo de mais de R$ 173 milhões

Os escandalosos dados do Mega Rombo estão escancarados em matéria da MATINAL publicada nesta quinta-Feira:

Hospital da Restinga vira alvo de inquérito da Polícia Federal por suspeita de rombo de mais de R$ 173 milhões

O contrato que entregou a gestão do Hospital da Restinga e Extremo Sul à AHVN é de 2018. Foto: Maia Rubin/PMPA

Com contas reprovadas por técnicos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e vícios de gestão apontados pelo Conselho Municipal de Saúde (CMS) desde 2019, o Hospital da Restinga e Extremo Sul é alvo de inquérito instaurado pela Polícia Federal (PF) a pedido do Ministério Público Federal (MPF).

Principal hospital público do extremo sul de Porto Alegre, a instituição é administrada desde 2018 pela Associação Hospitalar Vila Nova (AHVN), que venceu licitação realizada pelo gestor local, a SMS. Entre os problemas identificados na execução do contrato, estão despesas sem comprovação, pagamentos por serviços de terceiros feitos a gestores e servidores e descumprimento da norma municipal que condiciona contratação de serviços a análise de três orçamentos.

A partir de 2018, análises de execução financeira recomendaram a reprovação das contas

Um parecer técnico da prefeitura ao qual a Matinal teve acesso revela que, a cada inspeção da SMS, foram contabilizados milhões em recursos públicos com destinação sem comprovantes – ou seja, não foi possível saber se foram convertidos em atendimentos ou exames. Os técnicos encarregados da fiscalização exigiam a devolução desses recursos aos cofres públicos. A comprovação ou o ressarcimento de valores indevidamente desembolsados, de acordo com o parecer, não existiu. O montante ultrapassa hoje R$ 173 milhões. 

O parecer técnico que aponta o suposto desvio será debatido nesta quinta-feira (3) pelo Conselho Municipal de Saúde (CMS), que vem fazendo sucessivos alertas à SMS sobre os problemas. 

O contrato que entregou a gestão do Hospital da Restinga e Extremo Sul à AHVN é de 2018, assinado durante o governo de Nelson Marchezan Jr. (PSDB). A partir dos anos seguintes, todas as análises de execução financeira quadrimestral recomendaram a reprovação das contas. Os pareceres técnicos reprovaram valores de R$ 27,8 milhões em 2019, R$ 37,1 milhões em 2020, R$ 44,1 milhões em 2021 e R$ 64 milhões em 2022.

O secretário municipal de Saúde ao longo da maior parte desse período foi Mauro Sparta, que assumiu no começo do governo de Sebastião Melo (MDB), em 2021, e deixou o cargo em maio de 2023. Sparta foi deputado estadual pelo PSDB.

Administração Melo estreitou ainda mais os laços com o AHVN, a despeito das contas reprovadas

Em agosto de 2023, mesmo com quatro anos consecutivos de prestação de contas reprovadas, a prefeitura renovou, por aditivo, o contrato com a AHVN para gestão do Hospital da Restinga. O CMS fez novamente um alerta sobre uma possível improbidade administrativa na renovação por mais cinco anos. O MPF tomou conhecimento das supostas irregularidades envolvendo a AHVN e a prefeitura e solicitou à PF a abertura de um inquérito, recentemente instaurado. 

Matinal teve acesso aos mesmos documentos encaminhados ao MPF e à PF. São mais de mil páginas com o detalhamento das inconformidades a cada trimestre desde 2018. Os apontamentos da fiscalização foram sendo sucessivamente ignorados, em sua maioria, pela entidade e também pela cúpula da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e pelo prefeito. Melo fiscaliza o orçamento da pasta via Comitê de Gestão Orçamentaria e Financeira (CGOF), vinculado por decreto diretamente ao Gabinete do Prefeito. Foram ao menos 11 despachos informando irregularidades aos mais diversos órgãos da prefeitura.

Além de renovar o contrato com a entidade privada em 2023, a administração Melo estreitou ainda mais os laços com o AHVN ao lançar o programa Agiliza, para reduzir as filas de cirurgia. O projeto, com aporte de R$ 55,6 milhões que não constava no orçamento previsto daquele ano, destinou parte da verba à entidade, o que novamente chamou a atenção do CMS. “Com tantas contas reprovadas, como o AHVN ainda estava na disputa?”, questionou a psicóloga Ana Paula de Lima, conselheira do CMS pelo segmento trabalhador e membro da Secretaria Técnica e da Comissão de Orçamento e Finanças (Cofin). 

No primeiro chamamento público do Agiliza, publicado no Diário Oficial de Porto Alegre, não constava o nome da AHVN entre as entidades privadas habilitadas ao recurso extra do novo programa. O prefeito Sebastião Melo, então, destituiu a comissão que elaborou a lista e nomeou uma nova. Na listagem refeita pela então recém-criada comissão, o AHVN voltou a constar entre as entidades privadas que poderiam integrar o programa. “Novamente fizemos pareceres aos órgãos de controle de que a inclusão do AHVN feria a Lei das OSCs (organizações da sociedade civil) porque a entidade estava com a prestação de contas reprovada há quatro anos consecutivos”, disse a assistente social Maria Letícia de Oliveira Garcia, também conselheira do CMS e membro do Cofin.

Além do Hospital da Restinga e Extremo Sul, a AHVN gerencia dezenas de estruturas de saúde em Porto Alegre, com mais de 30 unidades de atenção básica, o Hospital Vila Nova, o Pronto Atendimento de Saúde Mental do IAPI e a Farmácia de Medicamentos Especiais (Celme). 

Outros contratos também estão sob escrutínio. No caso das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), uma reportagem da Matinal revelou um relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que identifica “graves distorções” nessas parcerias, celebradas não somente com a AHVN, mas também com outras três instituições.

Em 2022, famílias denunciaram à Matinal mortes por negligência no Hospital Vila Nova, outro hospital gerido pela AHVN. Os casos estavam sendo investigados pela Promotoria de Direitos Humanos, mas o inquérito foi arquivado. 

Despacho de março de 2022 fala em “indícios de irregularidades”

De falta de recibos a pagamentos indevidos

Matinal também teve acesso a 11 documentos internos da prefeitura que demonstram o conhecimento da gestão municipal acerca da possibilidade de ilegalidades no contrato de gestão do Hospital da Restinga. Um despacho de março de 2022, assinado por uma diretora do Fundo Municipal de Saúde, órgão ligado à SMS, diz haver “indícios de irregularidades nas despesas executadas pela parceria”. Esse documento, que foi enviado à Equipe de Recursos de Saúde, relata dificuldade em obter a documentação necessária para verificar a lisura dos gastos da entidade e o cumprimento das normas pertinentes a esse tipo de contratação.

A servidora solicita “o mais breve possível” uma descrição dos fatos tidos como “prováveis irregularidades”, mencionando as leis infringidas. Ela demanda notas fiscais, comprovantes de pagamento, consulta de CNPJs de prestadores de serviço no banco de dados da Receita Federal e contratos entre a AHVN e as empresas que realizam atividades terceirizadas.

Em dezembro de 2022, um novo despacho é enviado pela diretoria do Fundo Municipal de Saúde ao Gabinete do Secretário Municipal de Saúde (GS-SMS). O documento dá conta de situações de quatro tipos. O primeiro é relativo a pagamentos de membros da diretoria por meio da rubrica “serviço de terceiros”. Demonstra haver diversas notas fiscais de empresas cujos sócios são administradores e/ou dirigentes com poder de decisão no hospital ou na AHVN.

Um dos casos mencionados trata de pagamentos realizados a um escritório de advocacia de um ex-diretor-geral do Hospital da Restinga e Extremo Sul, Paulo Fernando Scolari, que ocupou o cargo de agosto de 2018 a abril de 2022. Ele recebeu, em janeiro e dezembro de 2022, duas remessas da AHVN de R$ 54.973,70. O despacho diz que esses são “alguns dos pagamentos que conseguimos extrair”, referentes àquele ano.

Segue lendo na MATINAL, clicando aqui:


Fonte: https://luizmuller.com/2024/10/03/roubos-na-educacao-desvios-no-dmae-e-agora-um-mega-rombo-na-saude-e-o-trabalho-do-melo-acontecendo/

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