Há elemento positivo (profundo) na vitória eleitoral do Trump. Ela significou, também, um voto da população – com destaque para a classe trabalhadora e os desempregados – contra a globalização e o ´establishment. Boa parte do próprio núcleo pensante do Partido Republicano se opunha ao Trump. Bush votou na Hillary! Não é por nada que a bolsa mundial reagiu negativamente. O candidato do capital imperialista era Hillary. Alguns diziam com razão que o Sanders era o melhor candidato democrata para derrotar Trump. Com a traição geral de Sanders, parte de seus votos foram para casa ou para Trump. Pode-se esperar, por algum tempo alívio na ofensiva contra o Estado nacional sírio e a própria Rússia. Se Trump cumprir suas promessas, a Europa deverá se afastar do intervencionismo estadunidense democrata e restabelecer melhores relações com a Rússia – perde Merkel e perde Hollande. E perde Temer – o golpe foi também parte do grande redesenho mundial empreendido pelo imperialismo estadunidense. Digamos que Hillary abraçava fortemente Temer e o golpismo no Brasil e Trump literalmente não sabe onde é o Brasil. A estratégia imperialista vai ser desorganizada, por algum tempo, pelo opção isolacionista-protecionista. Mas certamente vai procurar e encontrar nova acomodação. Ela é a política do grande capital mundial. Como o Brexit inglês é um golpe inesperado na estratégia mundial imperialista, que apareceu vestindo molambos.
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