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Luiz Muller Blog

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Verdade seja dita: É a Política de Marchezan que deixa bairros populares de Porto Alegre sem água

18 de Janeiro de 2019, 14:34 , por Luíz Müller Blog - | No one following this article yet.
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Historicamente, o Dmae possui superávit financeiro e condições técnicas para realizar todos os investimentos que Porto Alegre precisa. 

O grande objetivo disto é fazer com que o povo ache que o Serviço Público não funciona e aí propor a privataria. Mas o DEMAE dá lucro e teria recursos para investir na ampliação dos serviços, só que o Prefeito não deixa. Obviamente a RBS e a grande mídia escondem esta parte e só mostram aquilo que ajuda a construir a idéia de que o serviço público não funciona por que é ineficiente. Meia verdade portanto .

agua

A verdade esta descrita a seguir, na matéria do  Do SIMPA – Sindicato dos Municipários de Porto Alegre

 

 

A falta de água em alguns bairros de Porto Alegre é prolongada além do necessário devido à política de corte nos investimentos que o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) deveria fazer na cidade, promovida de forma intencional pelo prefeito Marcheza Jr. (PSDB). Moradores das regiões mais atingidas relatam que nunca ficaram sem água por um período tão prolongado. Há bairros sem água desde o dia 07 de janeiro.

 

A tentativa do prefeito de privatizar o Dmae impõe uma política de sucateamento. O Departamento, que já manteve uma estrutura com 2.013 servidores (Portal da Transparência, dez/2010), hoje conta com 1.509 (Portal da Transparência, dez/2018). A demanda da cidade aumentou ao longo desses oito anos e foram deixados vagos cerca de 500 postos de trabalho. Somente a gestão Marchezan contribuiu para uma redução de 203 postos. Há necessidade urgente de nomeação de operários, engenheiros, técnicos para o tratamento, operadores de máquinas, dentre outros.

 

Os investimentos foram drasticamente reduzidos. De acordo com o relatório gerencial financeiro, o percentual de investimentos de 2017 em relação ao arrecadado foi de apenas 11,73%, quando a média histórica (2007 a 2016) é de 24,9%.

 

O DMAE tem condições de abastecer 100% de água potável, e tratar 80% do esgoto cloacal, apesar do gestor inviabilizar a expansão da rede. As deliberações sobre a concessão dos serviços de água está centralizada no governo e do ponto de vista jurídico, sem passar pelo corpo técnico. Também não há qualquer tipo de debate com a sociedade. Os técnicos do Departamento afirmam que a privatização aumentará a tarifa e vai piorar a prestação do serviço à população. A mobilização dos servidores tenta barrar a privatização.

 

A direção do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) vem denunciando, desde o início do governo Marchezan, a péssima estratégia para a cidade, que objetiva a venda do patrimônio público na figura do Dmae. Em novembro de 2018, junto com uma comissão de servidores do Departamento e vereadores, encaminhou denúncia ao Procurador-Geral do Ministério Público de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, Geraldo Costa Da Camino, expondo o descaso da Prefeitura com o Dmae, que nos últimos dois anos teve seus investimentos, tanto em água como em esgotos, muito aquém do esperado, deixando várias demandas represadas por problemas estruturais.

 

Esta situação de calamidade acontece porque a PMPA tem retirado do Dmae a autonomia para licitar e administrar seus contratos de obras e serviços e de contratação de pessoal através de concursos. Uma questão necessária, por exemplo, é a nomeação de trabalhadores. Existe, atualmente, uma seleção vigente aguardando a nomeação de 270 cargos criados. Estes trabalhadores atuam em regime de plantões de 12h por 36h, para garantir o funcionamento sete dias por semana e 24 horas por dia. Com este quadro exíguo, a gestão tem que lançar mão de muitas horas extras, em um trabalho solitário, com sérios riscos de acidentes de trabalho.

 

BAIRROS MAIS ATINGIDOS:

Agronomia, Lomba do Pinheiro, Vila Esmeralda, Vila Triângulo, Lomba do Sabão, Vila dos Herdeiros, Vila Hidráulica, Vila Mapa, Vila São Francisco, Chácara das Peras, Vila Santa Helena, Vila São Carlos, Jardim Viçosa, Vila Bonsucesso, Jardim Bento Gonçalves, Vila Tijuca, Vila São João Comunitária, Partenon, São José, Vila São Guilherme, 1º de Setembro, Vila dos Sargentos, Jardim Carvalho, Nossa Senhora das Graças, Vila Boa Vista, Vila Colina do Prado, Jardim Ipê, Restinga, Pitinga, Estrada João Antônio da Silveira, Vila Panorama, Estrada João de Oliveira Remião, Beco do Mendonça e Quirinas.

 

INVESTIMENTOS

É improvável que um órgão de saneamento que se capacita a fazer investimentos como o Programa Integrado Socioambiental (Pisa), que foi o maior programa de saneamento já realizado pelo Dmae, não tenha como investir R$ 216 milhões em redes de esgotamento sanitário e em melhorias nas estações existentes para os próximos quatro anos. A implantação do Pisa exigiu R$ 586 milhões de recursos com origem no BID e na CEF. A construção da estação de tratamento de esgotos na Serraria – elevatórias, emissários e redes coletoras – consumiu R$ 383 milhões desses investimentos.

 

Na construção da primeira etapa da Estação de Tratamento de Esgotos do Sarandi, foram investidos mais R$ 100 milhões. Esses investimentos elevaram a capacidade de tratamento dos esgotos sanitários de nossa cidade de 27 para 80%. Com todos esses investimentos realizados, o Dmae continua sendo um órgão saudável financeiramente e com capacidade de contrair outros empréstimos para novos empreendimentos.

 

Em 2018, o Dmae operou com a previsão de arrecadação, somente em esgotos, da ordem de R$ 125 milhões. Há de se considerar que existem algumas despesas de manutenção e custeio que devem ser abatidas desse total arrecadado, o que mesmo assim seria mais do que suficiente para fazer frente aos novos investimentos, com um cronograma de obras bem ajustado. Devem ser também consideradas as possíveis linhas de crédito, através de programas de incentivo do governo federal e de instituições financeiras internacionais de fomento ao desenvolvimento.

 

Entre as possibilidades de aumento das receitas estão o incremento de novas ligações e a transferência de ligações de esgoto da rede pluvial passando-as para a rede separadora (cloacal). Com isso haveria um ganho ambiental e de arrecadação para o Dmae por meio de novas ligações. Com esta iniciativa os recursos que o Dmae repassa hoje ao “DEP”, pelo uso das redes pluviais para condução de esgoto cloacal, ficariam com o órgão de saneamento. O DEP foi extinto, mas a Prefeitura continua recebendo os repasses.

 

No que diz respeito ao abastecimento de água em Porto Alegre, apesar de ter 100% da área abastecida, a Zona Sul carece de uma atenção especial com investimento na construção de nova estação de tratamento de água. Esse projeto foi aprovado em outubro de 2018 e faz parte do Programa Avançar cidades do Ministério das Cidades, com financiamento de R$ 221 milhões (ZH- 26/10/2018). Na oportunidade também foram obtidos recursos para o programa de redução e controle de perdas nos sistemas de abastecimento de água no valor de R$ 38,4 milhões, ambos financiados pela Caixa Econômica Federal (CEF).

 

Os investimentos na nova estação de tratamento de água da Ponta do Arado têm previsão de execução por um período de dois anos e beneficiará 200 mil famílias da Zona Sul da Capital, com isso, os recursos próprios que seriam utilizados para tal fim podem ser direcionados para outras ações importantes para a cidade. Historicamente, o Dmae possui superávit financeiro, sendo que em setembro de 2018 esse valor era de R$ 92 milhões, os quais devem ser utilizados em investimentos necessários para o atendimento das demandas dos sistemas de água e esgotos.

 

O Dmae opera seis Estações de Tratamento de Água (ETAs): Menino Deus, São João, Moinhos de Vento, Belém Novo, Tristeza e Ilha da Pintada e onze Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs): Serraria, Navegantes, Sarandi, Rubem Berta, Ipanema, Belém Novo, Lami, Arvoredo, Esmeralda, Bosque e Chácara das Nascentes.

 

QUADRO DE ESTATUTÁRIOS NO DMAE

Dezembro/2010 – criados 3.692 – ocupados 2.013 – vagos 1.679

Dezembro/2016 – criados 3.643 – ocupados 1.721 – vagos 1.922

Dezembro/2018 – criados 3.634 – ocupados 1.509 – vagos 2.125


Fonte: https://luizmuller.com/2019/01/18/verdade-seja-dita-e-a-politica-de-marchezan-que-deixa-bairros-populares-de-porto-alegre-sem-agua/

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